30 de dez. de 2013

Uma Quase Retrospectiva!

Tô cansada, cansada, cansada, mas feliz. Ainda não consegui colocar a casa de pé, mas tá quase. Limpei armário e me desfiz de mais de um saco de roupas, organizei os brinquedos do Dani e foram mais dois sacos.

Ripei metade dos meus livros e já levei tudo pra doação. Sensação maravilhosa de desapego!

Agora, a melhor parte foi organizar hoje um canto meu, decorado com flores e o carinho das amigas! Moro aqui há sete anos e nunca tinha sentido vontade de arrumar a casa pra mim...

Para vocês entenderem, quando casamos, tínhamos uma casinha de bonecas, tudo decoradinho e perfeito. Dai fiquei desempregada e o salário do Marcelo não segurou o apê, então fomos para casa da minha mãe - nós desfizemos de praticamente tudo do apartamento, afinal, saímos de uma casa para morar num quarto. Chorei achando que ia morrer, entrei em depressão, engordei 10 kg em sete meses... 

Arrumei um emprego de merda, na barra da tijuca, que só permitia uma sobrevida, não dava ainda pra sonhar com uma casa nossa de novo. Chorava todo dia na ida, na volta e dentro do banheiro do emprego, onde patrões estúpidos gritavam e agrediam os funcionários todos os dias.

Trabalhava de segunda a sexta, mais de 10 horas por dia - se incluísse o transporte, eram 12 horas na rua. E final de semana, tinha que atender aos chefes, consertar pc, assessorar, fazer N coisas que não eram minha função, eu era web designer e web writer.

Depois de nove meses nesse inferno, pedi demissão, depois de ter um projeto meu roubado pelos meus chefes, que se recusaram a me pagar a criação do mesmo!  Para receber os meus direitos, tive que entrar na justiça e depois de ser ameaçada, aceitei um acordo...

Nessa altura, já pesava 20 kg a mais e estava me sentindo muito merda. Sai da casa da minha mãe e fui para a casa dos meus sogros, nos desfizemos de mais um pouco do que tínhamos. 

Então, engravidei e para garantir hospital e acompanhamento mais próximo. Voltei pra casa da minha mãe. Marido adoeceu nesse período. Teve hipertiroidismo. Emagreceu mais de 30 kg em um mês. Ficou mal. E apesar de tudo, tive uma gravidez tranquila até o oitavo mês, quando tive diabete gestacional (estava com 100 kg) e embora tudo se encaminhasse para o parto normal, tive um problema no final da gravidez que obrigou a uma cesárea. 

Na minha depressão não consegui organizar nem um chá de bebe. Dani tinha uma meia dúzia de roupas, um carrinho moisés dado pelos padrinhos e nenhum berço - que só apareceu no dia que voltei da maternidade, comprado as pressas. rs

Foi um parto ruim, com dor e maus tratos por parte dos enfermeiros e médicos do hospital particular. Mas, o principal era que meu filho nasceu ótimo e muito esperto.

Mas, ainda morávamos num quarto na casa dos outros e eu só conseguia pensar em como criaria uma criança naquela situação. Isso era janeiro.

Em novembro, a virada começou e fomos morar na nossa atual casa. Era um bairro que nunca tinha morado antes, na zona norte, boa parte da minha vida, morara na Zona Sul. Fomos para a nova casa praticamente só com a roupa do corpo, as coisas do Dani (um berço, um carrinho e roupas).

Talvez pelo estranhamento do bairro, talvez por tudo que havíamos passado, tive dificuldade de arrumar a casa e transformá-la em lar. A casa era limpa e arrumada, mas extremamente impessoal, nada de quadros, nada de enfeites, nem mesmo as coisas que faço eu colocava. Sete anos assim. 

Mas, algumas coisas começaram a mudar na minha cabeça esse ano. Uma necessidade de transformação e mudanças que começaram a gritar dentro de mim. E aos poucos as coisas foram acontecendo. Parar de fumar foi a primeira grande mudança. Desde abril não compro cigarros! 

Larguei não só o cigarro, mas fui abrindo mão de tudo aquilo que me fazia mal, sai da feira de Laranjeiras, rompi com relações doentias, mudei padrões de comportamentos errados, cujas consequências sempre eram dolorosas...

Doeu, por que toda mudança dói. Mas, sinto que estou trilhando o caminho certo. 

Outra grande mudança foi a entrada na dieta, estou fazendo há 30 dias e perdi 9 kg. Estou disciplinada, mais organizada e ainda consegui fazer com marido e filho me acompanhassem em busca de uma maior qualidade de vida!

Ainda não tenho quadros em casa, e a decoração está só dando seus primeiros passos, mas aprendi que mesmo com a grana curta, decorar não é frescura, mas é a construção de laços afetivos com o ambiente que moramos. E pela primeira vez em anos, sinto que preciso criar e fortalecer esses laços.

21 de dez. de 2013

Conta-Gotas

Tem dores que gritam. Que chegam com a velocidade (e a intensidade) de um tsunami. Devastam tudo que encontram pela frente e terminam deixando a gente ali, feito trapo, de olhos vazios e tentando entender o que aconteceu. 

Tem dores que chegam suavemente, normalmente numa tarde de domingo. E travam a garganta, marejam olhos e a gente apenas anseia por um lugar para se encolher e esperar ela se ir. 

E tem aquelas dores que vem se construindo pouco a pouco. Peças que se encaixam. Como pingos de conta-gotas diversos sobre um mesmo copo. É uma gota de desamor aqui, de uma frase mais ácida acolá, de um não inconveniente ali. 

Essa dor tem vários motivadores, do marido que se atrasa sempre, do filho que grita eu te odeio, da filha que diz que nunca vai ser como ela... Do vizinho que é agressivo ao pedir algo, do vendedor que é grosseiro no atendimento, do amigo que fala ou faz algo, que nem ele sabe, mas machuca, das frases ditas – “porque acho que é o melhor pra você”, “porque achei que você não se importava” – mas a gente se importa (sempre) e aquilo pode ser o melhor pra gente, mas não naquele momento, não naquela hora. Gotas que pingam numa constância infinita... 

E um dia, o copo transborda. Silenciosamente a dor ultrapassa as comportas adequadas e encharca a gente. Nossa alma fica inundada de dor. E a gente quer chorar, quer se encolher tanto até voltar ao tempo onde a dor era apenas física e se curava com promessas de quando casar passa. 

Num dia de copo cheio, a vontade que se tem são das águas da chuva, sentar no meio-fio deixando que toda aquela construção de dor se desfaça nas cálidas águas, para depois seguir em frente, copo vazio. Sonhando em nunca mais vê-lo transbordar daquele jeito. Mas, realista demais para entender, que a vida também é feita disso: dores pingadas no cotidiano.

17 de dez. de 2013

Sobre Violência e etc

A gente se sente seguro, vê na tv a violência, nas séries assiste estupros, assassinatos e depois que aperta o botão do controle, desliga tudo da mente. Tudo aquilo é lá fora. Não aqui, não com a gente, não no lugar onde a gente mora. 

Até que um dia, um portão é esquecido aberto, uma janela é forçada, outra é arrombada e uma vizinha é atacada... 

E na madrugada, longe do monitor que nos protege, da tv que nos aliena, nos damos conta da crueldade da realidade. Onde um homem invade a casa de uma mulher, tenta violentá-la e como ela consegue pedir socorro, a fere com uma faca. Pois é, acabou-se o conto de fadas, a vida aqui é igual as outras e hoje o medo nos espreita.

16 de dez. de 2013

Tudo Novo, de Novo?

Era inevitável. O final do ano chegava e ela era inundada de uma estranha euforia. Expectativas do impossível, que aos seus olhos refletiam possibilidades. 

Era como pudesse se despir daquela que era e então, metamorfosear-se em outra. A dos sonhos. Que sempre sabia como agir, falar, pensar. A outra que não ela, que tinha em uma das mãos a certeza dos caminhos a serem percorridos... Tola. Ao final do espocar dos últimos fogos. No instante onde a escuridão e o silêncio se tocavam, leve roçar, quase imperceptível fração de segundo, dentro dela já se aquietavam os sonhos. 

A máscara daquela que um dia sonhará ser desfiaria tal qual renda delicada puxada por grosseiras mãos e ela se veria apenas ela. E a vida que era a sua. Porque era apenas um novo ano, onde a vida se desenrolaria do mesmo modo de sempre. 

As oportunidades surgiriam e desapareceriam como sempre; onde os sonhos seriam todos trancafiados em lugares ermos dentro de si e quiçá ao longo dos dias, (re)descobriria-os aos poucos, realizando alguns, outros seriam trancafiados novamente, a espreita da oportunidade.

Ainda haveriam dias de lágrimas e dias de muitos sorrisos. Dias de solidões inconfessáveis e de abraços inesperados. Dias de beijos e outros de intrigas. Dias de sim e muitos de não. Viver era isso, sempre fora. Mesmo agora, quando o ano novo já a espia pelas frestas.

7 de nov. de 2013

Dieta Pavlov

Depois de mais uma tentativa inútil de perder peso me matando de inanição em uma das inúmeras dietas da moda. Resolvi: vou partir para a radicalização. Vou fazer uma dieta à la Pavlov! Pensa bem, se ele conseguiu fazer um cachorro babar só de ouvir um sino e um rato quase se mijar de medo ao ver um labirinto, imagina o que ele pode fazer a uma balzaquiana, que insiste que um brigadeirinho só, não pode ser responsável pela fábrica de pneus que se instalou em sua cintura,

A dieta começaria com uma aplicação de um timer na geladeira, só abriria no tempo regulamentar: café-da-manhã. Almoço e janta, se tentar abrir antes leva um choquezinho básico de 10w. No inicio faz cócegas, mas imagina isso ao longo do dia, toda vez que tentasse abrir a geladeira,pszzzz. Se o choque não conseguir te afastar dela, o pszzzz com certeza, vai te enlouquecer.

A segunda parte da dieta seria aplicação de dispositivos elétricos em toda comida que te cerca, ai toda vez que você tentasse chegar perto de uma empada, um pão-doce – pszzz - levava um choque. Podia até ter uma tabela para isso: uma torta – 20 w, refrigerante – 30w, lazanha – 70w... eletrocussão seria à pena por uma feijoada. Em uma semana você estaria quilos mais magra.

O problema são os efeitos colaterais: um mês de dieta e você vai começar a chorar ao ver um pudim de leite. Naquele chopp com os amigos, como disfarçar a tremedeira na hora em que o garçom servir a pizza? e o pior de tudo vai ser no final do ano, quando você partir para dentro do seu chefe, no momento em que ele  sugerir que a confraternização de final-de-ano da empresa, seja em uma churrascaria rodizio

(Texto republicado em homenagem a minha nova entrada na dieta - agora é a Dukan, a partir de 2ª feira.)

31 de out. de 2013

A Estátua

Estava quase chegando na praça, quando ouviu os passos. Um roçar leve, imperceptível, mas que ecoaram em seus ouvidos como um rufar de tambor.

A rua estava deserta, quase às escuras. Prendeu a respiração e acelerou o passo. A outra pessoa imitou-lhe.

Um suor frio escorreu-lhe da fronte, as mãos úmidas agarraram-se na alça da bolsa. Queria olhar para trás, enxergar quem a seguia, mas não tinha coragem. E, se fosse algum assaltante? E, se fosse algo pior? A mente já não raciocinava mais, só pensava em chegar em algum lugar seguro. Olhava desesperadamente as casas, mas não havia nada, a não ser uma escuridão feroz. Os olhos cheios de lágrimas, lutando contra o pânico.

Seu coração bateu desgovernado, quando além dos passos, começou também a ouvir o sibilar de uma respiração.

Estava na praça agora. Após ela, sua casa e a segurança. Escura e deserta, a praça parecia morta, cemitério de bancos e brinquedos.

Um som metálico chamou seu nome. Virou-se, sufocando um grito quando finalmente soube quem a seguia. A sua frente, a velha Estátua da praça abriu um sorriso e parou.

Involuntariamente caminhou na direção da Estátua. Estremeceu quando esta lhe tocou a face. Ainda assim, deixou-se tocar.

Sentiu que deveria reagir, fugir. Mas, não conseguia. Estática, mantinha-se ali, deixando-se desbravar por dedos metálicos.

Aproximaram-se e um beijo longo e gelado uniu suas bocas. Era como estar se afogando, sentir-se tragada por um mar de águas salgadas, frias e distantes. Então, um frio intenso pareceu-lhe congelar as entranhas, o som de seu coração passou a soar cada vez mais lento e distante e uma escuridão caia-lhe sobre os olhos.

Quando percebeu, lutava para livrar-se daquele abraço, tentando libertar-se daquele beijo que lhe sugava a alma, o frio cada vez maior, entorpeciam-lhe os membros...

A manhã encontrou-a sozinha na praça, os raios de sol a reluzirem no metal suave de seus cabelos.

27 de out. de 2013

A Vida Sem Manual - O Livro!

A vida não tem manual, a gente aprende no susto, no salto em que se dá em direção ao abismo. 
E taí mais um salto, dessa vez, agarrada nas asas de um sonho. Meu primeiro livro solo! 
Espero que gostem! 
Para comprar ou degustar: 

5 de out. de 2013

Esmalte e Brinquedos

Um brinquedo é um objeto ou uma atividade lúdica, voltada única e especialmente para o lazer , e geralmente associada a crianças 
Na pedagogia, um brinquedo é qualquer objeto que a criança possa usar no ato de brincar. 
Alguns brinquedos permitem às crianças divertirem-se enquanto, ao mesmo tempo, as ensinam sobre um dado assunto.
  Os brinquedos são de vital importância para o desenvolvimento e a educação da criança,
pois proporcionam um desenvolvimento simbólico, estimulam a sua imaginação, a sua capacidade de raciocínio e a sua auto-estima (fonte Wikipedia)
 Nas unhas, esmalte Caribean da Beauty Color
Os brinquedos são legítimos Bichos de Patch - a boneca que está de viagem marcada para um estado próximo e o dinossauro, membro da família Daltro há dois meses.
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Essa postagem faz parte da Blogagem Coletiva de Esmaltes do blog Fernanda Reali. Corre lá que tem muito mais brinquedos, histórias e unhas lindas pra te encantar!

4 de out. de 2013

É Preciso Ter Tempo

É preciso tempo. Tempo para pensar, tempo para fazer, pelo menos a metade do que é preciso. Tempo para ser mãe, esposa, dona de casa, artesã, escritora, boa vizinha, internauta e mais tantas coisas que gostaria de ser. Tempo para viver. Tempo para descansar. Tempo para sonhar, tempo para brigar, tempo para arrumar, caixas, passados, casas, tudo e ao mesmo tempo, nada. 

Tempo para ficar deitado na grama, olhar fixo nas nuvens, vendo desenhos e formas. Tempo para olhar a chuva que escorre no vidro da janela. Tempo para admirar a paisagem enquadrada na janela da condução. Tempo para sentir. Tempo para permitir. Se permitir. Tempo para rolar no tapete e pular numa perna só ao som do ritmo infantil. Tempo para dançar com o filho. 

Tempo para beijar. Beijos ardentes ou selinhos inocentes, mas é preciso ter tempo! Tempo para criar. Escritas, artes, modelos e cores. Tempo para inventar. Jogos, fantasias, histórias, pratos e costuras. Tempo para abraçar. Tempo para tocar. Rosto, cabelos, mãos, corpos. 

Tempo para se desnudar. Preconceitos, roupas, baixa-estima. Alma. Tempo para não precisar de nada. E ansiar por tudo. Tempo para falar. Palavras, silêncios, olhares. Tempo para agradecer. Aos amigos, aos parentes. Aos que chegam, aos que partem. Aos que de te desejam boas manhãs e aos que não te desejam nada. Tempo para sorrisos. Tempo para as lágrimas. 

É preciso ter tempo. E essa, é a arte que estou me esforçando para aprender.

29 de set. de 2013

Regrinhas de Ouro

Convivência é uma arte. Felizmente não restrita a poucos. Mas, apenas aqueles que não tem disposição de aprender. Por que conviver, isto é viver com,  parte do princípio que você enxergue o outro como pessoa independente de você, com desejos, temores, gostos semelhantes ou não, aos seus. E, no entanto, e mesmo assim, vivem juntos, respeitando as diferenças.

Não que me considere uma expert no assunto, mas talvez por vir de uma família gigantesca, que nos áureos tempos, vivia quase em bando, fui criando minhas próprias regras de convivência, de maneira a não me violentar nessa convivência, nem invadir o espaço de ninguém. 

Essas regras, ais quais chamo de "Filosofia de Gaveta", por que embora, óbvias, sempre preciso me relembrar e relembrar a outros. 

A primeira delas, meu norte, quase um mantra que recito todas as vezes que sinto que vou perder a linha é:

1) Trate o outro EXATAMENTE como deseja ser tratado. Se você não gosta de ser agredido, xingado, humilhado, ou qualquer coisa similar, não faça isso com o outro. É impressionante, mesmo que a pessoa tenha predisposição de te agredir, se você agir com gentileza, você quebra o outro. Claro, que sempre tem as zebras, mas na grande maioria das vezes, a pessoa, vai te tratar com um mínimo de educação.

A segunda regra, não é a principal, mas faz uma diferença absurda nos relacionamentos:

2) Ponha-se no lugar do outro. Como assim? Primeiro aprenda a ouvir o que o outro tem a dizer. Mas, ouvir de verdade, não com ouvidos rasos. Tenha interesse no que é dito e assimile isso. Ao fazer isso, você poderá entender porque a pessoa está tão alterada, se foi um dia difícil ou uma infância difícil, o importante é compreender que todo aquele comportamento tem uma origem e se pondo no lugar dessa pessoa, poderá enxergar o porquê de tudo aquilo e a partir dai, poderá mudar o rumo da história.

Essa é uma regrinha de ouro. Vital para uma boa convivência, e fácil, fácil de, não seguindo-a, cometermos deslizes.

3) Se alguém fala mal de outra pessoa para você, 90% de chance de falar mal de você para outras pessoas. Usando essa mesma lógica, se você fala mal de alguém para um terceiro, esse terceiro achará que você também fala mal dele para outros e se achará no direito de falar mal de você também! Entendeu a corrente maldosa que se forma? 

E, tem mais, falar mal de alguém significa um "julgar" e, na maioria das vezes, condenar o "acusado", dai, entro na 4ª regra:

4) Quem é você para julgar e condenar alguém? Se eu não sou melhor ou pior do que ninguém, por que cargas d´água me arvoro como supra-sumo da sabedoria e vocifero verdades absolutas sobre o outro? 

Por fim, a regra mais complicada de todas:

5) Você não é obrigado a gostar de ninguém. Nem ninguém é obrigado a gostar de você. Familiares adquiridos por casamento entram nesta regra. Gostar é consequência das relações. Respeito é obrigação! SEMPRE e de AMBAS as partes.

24 de set. de 2013

Teoria da Corda

Toda corda pode ser tensionada. Mas há que se arcar com as consequências de uma corda demasiada esticada. Uma hora, ou ela arrebenta e suas metades voltam-se para os que a tensionaram na mesma força e intensidade, ou ainda, apenas escapole de uma das mãos e, também se dirige a quem ainda a segura, na mesma força e intensidade da sua tensão. 

E corda arrebentada e/ou escapada, quando volta, machuca, magoa, até mesmo sangra aquele quem ela atinge. E mesmo quando o tempo passa e a corda volta a sua tensão natural, as marcas que ela deixou, são indeléveis.

12 de set. de 2013

5 de set. de 2013

Sobre Culpas no Armário


Tem gente que esconde dores. Tem gente que esconde amantes. Tem gente que esconde horrores pessoais. Tem até quem se esconda ali.

Ela escondia culpas. Imensas, ancestrais, que muitas vezes -a maioria delas - sequer lhe pertenciam. A verdade e que só conseguia ser feliz, até a pagina 2, e a noite,quando todos ressonavam tranquilos, ela se debatia na cama, presa nas teias do dia que se fora. 

Era a frase que não disse, o trabalho que não foi entregue, a esmola que não dera, ou dera, não importava, o que quer que tivesse feito, sempre teriam duas possibilidades, e a não escolhida era aquela que atormentaria seu sono... 

E seguia assim, adormecendo entre angustias,  até o dia que cansada, encarou seus monstros do armário. e um a um desnudou-os e percebeu: nada daquilo lhe pertencia. 

Pela ultima vez, abriu as portas do móvel e convidou a todos os monstros ali presentes a se retirarem. Depois dormiu. O sono tranquilo dos que não tem culpa. e ao sair para o emprego, pela ultima vez olhou o armário, agora vazio e de portas abertas, deu um sorriso, repleto de certezas e jogou as chaves no lixo. 

De agora em diante, não mais culpas gigantes que não lhe pertenciam. Apenas aquelas que lhe coubesse, e que pudessem ser depositadas, ao fim de um dia difícil, sobre o criado mudo.

24 de ago. de 2013

Festa "Projetando Pessoas"

É sempre bom vermos sites com conteúdo fazendo aniversário e sendo um sucesso. Afinal, nesses tempos de efemeridades, a permanência é um diferencial. 
Por isso não poderia ficar de fora dessa festa e convidar a todos os leitores do blog para conhecerem o trabalho de Sandra Portugal, mentora e administradora do site Projetando Pessoas
O site Projetando Pessoas nos apresenta sempre algo que nos acrescenta, pode ser através de entrevistas ou matérias, mas seu conteúdo vem para nos fazer pensar e refletir.
Parabéns Sandra Portugal e que muitos mais aniversários venham por ai!

20 de ago. de 2013

Escolhas

Relendo um post de 2011, deparei com esse trecho e hoje ele era exatamente o que precisava ler...

"(...) posso enxergar mais do que meu próprio umbigo, posso escolher entender que se as coisas não dão certo, são apenas coisas que não dão certo hoje! Mas, amanhã, elas podem dar, ou não... Posso aprender a lidar com todos os baixos como aprendizados e posso, principalmente, sublinhar o que acontece de melhor. Viver os altos em plenitude. 

Felicidade é questão de escolha, tristeza também. E sou eu quem decide o que escolher. Sim, querer ser feliz o tempo todo pode virar uma neurose, e é preciso pequenas pitadas de melancolia para não esquecermos da nossa humanidade. Mas, fixarmos nosso olhar apenas no que nos faz mal, também nos retira nossa cota de ser humano. 

Ser infeliz o tempo todo, concentrados no que nos atinge ou ser feliz o tempo todo, "esquecendo" o que nos atinge,  cria uma carapaça de indiferença. E indiferença é o pior de todos os crimes!(...)


11 de ago. de 2013

A Loira do Banheiro - uma Estória de Fantasma

- Mãe, a mulher loira está lá no banheiro.
- Heim? mulher loira?
- É, mãe! a assombração. Fantasma mesmo, sabe?
- Eu não acredito. Você fica lendo essas coisas na internet e agora não me deixa dormir. Vai deitar vai.
- Mas, eu quero fazer xixi...
- Então vá no banheiro e faça.
- Mas... é a mulher loira?
- Olha querido, mamãe teve um dia do cão. Muito trabalho, chefe pegando no pé... amanhã tenho reunião às 8:30 e são duas horas da manhã!
-...
- Você não vai chorar, vai? Ah, meu bem não faz assim... Mulher loira não existe, amor... é fruto da sua imaginação. Você pode ir no banheiro sossegado.
- Tem certeza?
- Tenho, querido. Agora deixa a mamãe dormir, por favor...
- Tá.

*******************

- Mãe...
- O que foi agora, Rafael?
- É que a mulher loira quer falar com você. Ela disse que existe sim, e que você é uma mãe muito má por que me deixou ir sozinho no banheiro...
- Rafael, você fez o seu xixi?
- Fiz... no corredor...
- Eu não acredito! O que eu fiz para merecer isso! Faz uma coisa, deita aqui na cama com a mamãe e vamos dormir.

**********************

- Aonde você vai?
- Ao banheiro, filho. Essa conversa toda de xixi, acabou me dando vontade.
- Cuidado com a mulher loira, tá?
- Eu já falei, Rafael, mulher loira não existe!

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- A senhora é a mãe do Rafael?
- E quem é você?
- Eu sou a mulher loira, que você disse que não existia.
- Loira? Querida, você está mais para multicor. Que raízes pretas horrorosas!
- Você não está com medo de mim?
- Medo? Não, na verdade estou furiosa, você fez meu filho mijar no corredor! Afinal de contas, o que você está querendo por aqui? Seu negócio não é ficar assombrando colégio público?
- Era... mas com essa moda de traficante invadir colégio, ninguém mais tem medo de mim. O que é um fantasma quando se tem um AR15?
- Tem razão... mas eu acho que esse seu visual meio "riponga" também não deve estar ajudando muito. Esse cabelo desbotado, essa modelito horroroso... Ah, querida, você está meio caída!
- Você acha? Eu... eu... eu sempre usei essa roupa... desde que era uma fantasma iniciante.
- Então tá explicado! Isso tem quanto tempo? Nossa, quando eu era criança já ouvia falar em você! Não que isso tenha muitos anos... Afinal de contas, eu ainda não sou uma balzaquiana...
- Ainda não é? Sei... Mas o que vou fazer? Só sei ficar assombrando por ai... Se eu não conseguir mais fazer isso, vou ter que me aposentar... E você não sabe como é horrível aquele asilo para fantasmas...
- Ai... sabe de uma coisa, já vi que não vou conseguir dormir mesmo, acho que posso te ajudar. Deixa ver, precisamos pintar esse cabelo, arrumar umas roupas novas e arg! que unhas são essas?! A quanto tempo você não passa um esmalte nelas?
- Eu... eu não achava necessário...
- Esse é seu mal. Querida, se você não se cuida, ninguém presta atenção em você. O negócio agora é ser fashion, poderosa, entendeu?
- Mais ou menos... Acho que não vou conseguir ser essas coisas todas, não...
- Deixa comigo!

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- Pronto, agora pode se olhar no espelho.
- Você pintou meu cabelo de ruivo?!
- Claro, aquele loiro estava horrível, te envelhecia horrores.
- Mas... mas... EU SOU A TEMIDA MULHER LOIRA E NÂO RUIVA!
- Ei! Pare de gritar! Eu te fiz um favor! Você ficou uma gata ruiva. Nem parece ter a idade que tem! Além do mais. Está na hora de você se reciclar. Chega dessa coisa de ficar assustando criança em banheiro público! Ah, e quer saber? Eu estou muito cansada desse lenga-lenga. Vou dormir e você trate de ir embora daqui!
- Mas... mas...
- Nem mais, nem meio mais! Amanhã de manhã eu não quero ver vestígio de sua presença, ouviu bem?

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- Mulher loira? mulher loira?
- Xiiii! Fala baixo, senão sua mãe vai acordar e brigar comigo de novo!
- Ela brigou com você também, não é? Ela faz isso com todo mundo...
- Coitadinho de você, merecia uma mãe melhor...
- Nãaaao, ela é assim, mas é uma mãe muito legal. De vez em quando até vai passear comigo...
- Sei...
- E então, o que você vai fazer?
- Sei lá, acho que voltar para os banheiros dos colégios...
- Mas, e esse cabelo ruivo? Não dá mais para ser a mulher loira...
- Eu sei... Estou pensando em criar um novo mito... A Popozuda Fantasma, o que acha? Uma funkeira que morreu depois de ouvir música clássica e volta para aterrorizar geral dançando "quadradinho de 8" nos banheiros?

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UPDATE: Dai o filho completa sete anos e ele e os amiguinhos começam a temer a tal loira do banheiro, botei Dani pra ler o conto que escrevi em 2011 - ele riu e o medo sumiu... Técnicas revolucionárias. rs

28 de jul. de 2013

Eu ainda sou Feminista...

No sábado, dia 27/07, ocorreu a Marcha das Vadias na orla do Rio de Janeiro, e durante o ato, um grupo de mulheres quebrou estátuas da igreja católica. Um dos intuitos era chocar/ofender/agredir os peregrinos da JMJ que acontecia no mesmo local.

Pontualmente, eu discordo do acontecido: A ideia da Marcha das Vadias vem no intuito de mostrar a sociedade que, nós mulheres somos dona do nosso corpo, independente da roupa que vestimos, da forma que andamos e da nossa sexualidade (por isso, não questionei o fato de estarem semi-nuas ou não, isso é de cada uma) - sou contra a nudez que gera a objetificação feminina e, quero crer, que as mulheres que ficaram semi-nuas na passeata não estão se objetificando.

Continuando, se um dos objetivos da marcha é ganhar a simpatia da sociedade para a luta em defesa da mulher - contra a violência que nós sofremos, contra o estatuto do nascituro, contra a "bolsa-estupro", pelo "Não-Veto" da Dilma a lei que garante a profilaxia após o estupro dentre outras tantas...

Enfim, se nosso objetivo é esse. Fazer atitudes que retratem intolerância, só ganhará repúdio dessa mesma sociedade. Permitindo que retrocedamos em conquistas que foram tão duramente conseguidas.

A fé é individual e é errado quando o Estado deixa de ser laico, para ser tendencioso à algum tipo de religião, seja ela, católica, evangélica, espirita ou qualquer uma. 

No momento que quebro uma estátua que tem simbolismo religioso para muitos , estou sendo tão intolerante quanto os que vociferam sandices por ai. Fui contra os evangélicos quando invadiram um templo umbandista para quebrar suas imagens, fui contra evangélicos que quebraram imagens de santas da igreja católica e também sou contra ateus quebrarem essas imagens.

Respeito só pode ser exigido e mais, conquistado, se respeitamos.

Alias, a marcha das vadias não é contra a igreja, e isso tem que ser deixado bem claro, ela é contra a intervenção religiosa no Estado. Todas essas pautas que citei antes, são pautas oriundas dessa intervenção errônea da religião, e engana-se quem acha que é só a católica, pois atualmente, os grupos de parlamentares religiosos que levam sua fé para dentro da legislação, pertencem a diversas religiões diferentes - são católicos, evangélicos, espiritas e etc.

Acima de tudo, queremos respeito! Respeito que nos permita usar o que quisermos, sem sermos violadas. Respeito que nos garanta o direito a vida, garantindo que tenhamos atendimento de emergência em caso de estupro, que possamos optar entre ter ou não um filho gerado através de um estupro, que tenhamos a nossa vida garantida, caso o feto seja anencéfalo. 

E, é por ser essa a nossa pauta, que não mudaremos a mentalidade da sociedade quebrando santas, mas fazendo-a ver que nós lutamos juntos, que somos mães e filhas dessa sociedade, tentando, gritando, lutando para fazer desse mundo, e particularmente, do nosso pais, um lugar melhor.

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E, por favor, leiam sobre o que é e como se criou a Marcha das Vadias antes de fazerem julgamentos sobre o nome - linkei logo no inicio com a wikipédia, para quem tiver dúvidas.

18 de jul. de 2013

Justiça Animal

Não acredito nas leis.
Muitas são ridículas e absurdas!
Falar em leis, em um pais repleto de governantes surdos,
é uma ironia que não me permito usar.

As raposas e as galinhas não convivem,
harmonicamente,
nem com um porco para intermediar.



Violência gera mais violência, isso é fato, mas quando estamos sendo periodicamente violentados por um governante que insiste em bater, no lugar de dialogar, mas violência é gerada... No final, a culpa é de quem?

10 de jul. de 2013

E a Saúde, Como Vai?

A pessoa tá enxergando cada vez pior e desde que teve uma conjuntivite sente a vista direita mais embaçada e enxergando pontinhos pretos. Há seis meses luta no posto de saúde, para marcar uma consulta, em maio consegue marcar uma pra junho. Nesse dia chega 2 horas antes para garantir, vai que né, e o aparelho está quebrado. Remarcam a consulta pro mês seguinte, ou seja, hoje! 

Consulta (re)marcada para as 7h e 30m. A pessoa, chega às 6h e 30m. As 8h (!!!) vem uma moça e diz que precisa pegar o número. Às 9h e 30m consegue finalmente ser atendida. 

Oftalmo marca exame - mapeamento de retina - com urgência e com o resultado retornar. Pessoa vai marcar o exame e descobre que a previsão de espera é de quatro meses!!!!!

Agora para conseguir o agendamento de um exame, tem que se passar pelo SISREG - encontrados nos postos de saúde, depois de horas de fila, cadastram o seu pedido de exame e você tem que aguardar para ver em qual e quando vai aparecer um hospital, ou clínica para te encaixar...

Como também não consegui até agora marcar o ortopedista pra fazer revisão do braço quebrado do filho. Vamos ter que procurar uma clínica particular. 

Definitivamente não é pelo vinte centavos, tampouco por uma reforma política que só quer trocar o seis pelo meia dúzia...

21 de jun. de 2013

#PROTESTOMATERNO

Atenção, precisa ter olhos firmes
Pra este sol, para esta escuridão

Fomos 1,2 milhão nas ruas ontem, segundo dados oficiais. As fotos no entanto, mostram mais, muito mais do que a mídia nos apresenta. Alias, acho que as fotos e relatos das redes sociais e de pessoas que estiveram lá, nos mostram mais, muito mais mesmo, do que o discurso redondinho que a mídia vem formatando ao longo desses 10 dias de mobilização nacional.

Aliais, é interessante ver como, diferente dos nossos políticos, que ainda se mostram estarrecidos e sem saber como lidar com essa turma que está nas ruas, o nosso 4º poder, não só já traçou perfil, identificou pontos fracos e gradativamente, vem enquadrando, um movimento que nasceu para não ser enquadrado. Se no inicio, eram os 20 centavos (que nunca foram), agora já se sussurram nas alcovas (#beijosChico), rumores de Fora Governo. 

E um movimento que nasceu sem líderes, de parto natural, concebido e gestado num ambiente de insatisfação e gritos surdos, de repente, começa a ser "adotado" por interesses tão espúrios, como os que o próprio movimento combate.

Atenção para o refrão
É preciso estar atento e forte
Não temos tempo de temer a morte

Nesse perfil, já traçado, somos subdivididos em grupos. Temos os vândalos, que quebram tudo de maneira indiscriminada, numa raiva latente e que não é para ser entendida (ou atendida), mas reprimida. Sempre.
E temos os manifestantes, as figuras de branco, que levam cartazes genéricos, que cantam e dançam a mudança, são apartidários e apolíticos (sem nem entender bem o que isso significa), que tem suas palavras de ordem, contra os partidos e as instituições sociais, serem sublinhadas e reforçadas na mídia, e nem se perguntam porquê. As bandeiras são muitas, o foco pouco. E, é exatamente a ausência deste, que permite aos primeiros crescerem e darem a tônica dos movimentos. Grandes manifestações festivas no inicio e turbulentas no final.

Atenção para a estrofe e pro refrão
Pro palavrão, para a palavra de ordem
Atenção para o samba exaltação

Mas, afinal, o que queremos? A triste realidade é que nas últimas décadas, entre política e sociedade foi se criando um afastamento, que em 2013 tem seu ápice. Nosso sistema representacional seria, num precário exemplo, como se nós donos da casa, contratássemos funcionários para administrá-la. Logo, como em toda relação patrão/empregado, cabe ao primeiro dizer o que quer e como quer, e o segundo providenciar o serviço da melhor maneira possível. Ao primeiro cabe fiscalizar o segundo para ver se o serviço está sendo feito de maneira correta, intervindo em caso contrário.

Acontece, que em algum momento essa lógica se inverteu, e o que deveria representar passou a ignorar aqueles que o colocaram ali. Hoje, o discurso político se perde entre si. Surdos para os que gritam do lado de fora. Mesmo nas eleições, há uma surdez seletiva. Muitas promessas, que são facilmente esquecidas no momento da posse, ou devido a acordos partidários, que não levam em conta os anseios dos seus eleitores, ou devido a corrupção, mal que não se restringe ao parlamento, tampouco aos políticos, mas é uma ferrugem que vem corroendo os alicerces de. na sociedade brasileira.

E a gente vem tentando ser ouvido, não é de agora: gritamos quando vimos políticos corruptos não serem presos, mesmo após julgados e condenados. Gritamos, quando vimos um político oportunista assumir a presidência do Senado. Gritamos quando percebemos que os eventos esportivos a serem feitos no nosso país, servem apenas para maquiar o país para o mundo, garantem uma polpuda caixa2 para muitos políticos e dirigentes esportivos e para isso, desviam recursos da educação, saúde, habitação etc

Continuamos gritando quando um homofóbico, racista e misógino, chamado Marcos (in)Felicano assumiu a Comissão de Direitos Humanos. E, como o grito insistia em não ser ouvido, fomos pra rua, quando aumentaram as passagens. Porque mesmo 20 centavos, passa a ser tudo, quando não se tem mais nada.

A
Atenção
Tudo é perigoso
Tudo é divino maravilhoso

E, o que vemos nas ruas, é exatamente isso, gritos tantos que destoam, mas se unem no compasso dos passos. Ou pelo menos se uniam. Pois de repente, mais forte do que exigir mudanças estruturais, fica o anti-partidarismos - não, eu não errei o termo, apartidários, são todos os que não tem partidos, mas aqueles que exigem que bandeiras sejam retiradas e militantes partidários sejam expulsos da passeata, (ignorando, que muitos deles, foram os que abriram trilhas para esses que estão na rua hoje), são anti-partidários. 

Não é a política que é ruim. Pois afinal de contas, o homem é um ser político. O errado é não cobrarmos desses que foram eleitos de maneira democrática, aquilo que foi acordado durante o processo eleitoral. É dizermos em tom alto e bem claro, que não assinamos um cheque em branco, ao confirmarmos o nosso voto na urna. 

E isso pode ser dito nas ruas, pode ser dito nas redes sociais, pode ser dito nas reuniões para discutir pautas do congresso, e mais importante de tudo, pode e deve ser dito por todos, independente de credo, etnia, ideologia, preferências sexuais etc 

Não podemos alijar pessoas que defendem e que lutam pelas mesmas coisas que queremos, porque elas são de partido A ou B. Se estão nas mobilizações para somar, por que não?

Atenção para as janelas no alto
Atenção ao pisar o asfalto, o mangue
Atenção para o sangue sobre o chão

E para finalizar, acredito que toda mobilização precisa de um norte. Não precisa ser uma liderança, como exigem a mídia e os nossos políticos, mas pelo menos pessoas de frente que possam falar sobre o que queremos. Não é pelos 20 centavos. Então o que queremos mesmo? Quinhentos mil itens, é muita coisa, e vira nada, quando se quer mudanças. Que não se faz num dia, nem em um semana.
Eu sei o que quero, e é por isso, que luto: 
  • Que o governo da Dilma volte a ser do povo;
  • Contra a PEC 37
  • Que Renan Calheiros saia da presidência do Senado.
  • Que Marcos Feliciano saia da Comissão de Direitos Humanos e que o próximo a assumir, seja realmente comprometido com essa causa.
  • Que o dinheiro arrecado nos royalties do petróleo sejam destinados a Educação, conforme proposta da presidenta Dilma.
  • Que a corrupção seja considerada e julgada como crime hediondo.
E, acima de tudo, quero um país melhor pro meu filho. Por acreditar nisso, luto, da maneira que posso, em todo tempo que tenho.

Mas, isso sou eu. Sei que muitos também lutam por isso, outros acrescentariam itens. E assim que se faz uma pauta de reivindicações, junto um pouco do que quero, com mais um pouco do que o outro quer, enxugamos coisas e com um denominador comum, apresentamos aos destinatários competentes.

E, com um pouco da experiência que tive em mobilizações sociais. Passeata sem fim, estimula vândalos, que buscam extravasar sua raiva e frustração. Acho que é o que está faltando nas passeatas é uma finalização. Seja uma vigília na frente de um prédio simbólico, seja acendermos velas neste mesmo prédio, seja um enterro simbólico da educação, saúde, copa, etc Mas algo que permita um clímax concreto e não deixe apenas uma sensação de vazio, após a caminhada.
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Essa post faz parte da Blogagem Coletiva #PROTESTOMATERNO da qual, fui convidada a fazer parte.

A ideia é fazer com que nós, mães que não podemos irmos à rua nas manifestações, possamos também mostrar que queremos mudanças!

Para ver outros posts com o tema Protesto Materno, visite a página do grupo, no Facebook: Protesto Materno

(Música utilizada para pontuar: Divino Maravilhoso - Gal Gosta)

19 de jun. de 2013

#Vemprarua Parte I

Há uma semana o Brasil não para. Em todos as capitais, praticamente em todas as cidades, falados ou não na mídia, o Brasil grita sua insatisfação! Todos já sabemos que não é apenas R$ 0,20, até mesmo a imprensa parou de repetir isso.

Conseguimos também entender que existem grupos diferentes nas manifestações, os que estão lá porque querem mudança de maneira pacífica e legal. Esses são, felizmente, a maioria! Os que também querem mudança, mas acham que tem que ser mais radicais, são os que querem a destruição das instituições, por isso a invasão e depredação de imóveis e monumentos, que simbolizam essas instituições; E, por fim,  os que se utilizam dos manifestantes para fazerem o que eles já faziam antes: serem bandidos, são os que saqueiam, promovem arrastões etc

Do outro lado, temos a mídia, analistas sociais, esquerda e direita e principalmente, políticos estarrecidos sem entender o que aconteceu. Afinal, como imaginar uma mobilização nacional desse porte sem lideranças expressivas, sem partidos aparelhando por trás?

Em todas as mobilizações que nós tivemos nesse país, havia claramente delimitado, lideranças e um propósito único. Exemplo: Diretas Já, atos em defesa de algumas mudanças na Constituição, Fora Collor e contra as privatizações. E, voltando mais no tempo ainda, os jovens que lutavam pela volta da Democracia – nos tempos de chumbo da ditadura.

Mas, o que acontece no nosso país há uma semana, nunca aconteceu antes! Se foram as redes sociais, se foram os novos ventos que sopram no mundo, não dá para saber...

O que dá para ver nitidamente, é a urgência de uma mudança, e, que não dá para tentar encaixar quase meio milhão de pessoas nas ruas, (sem contar as que como eu, não podem ir às ruas, mas que estão juntos com esses que estão),  a velha forma de pensar a política no Brasil.

Aliais, vendo o silêncio assustado das nossas representações políticas,  percebo claramente que esses ainda apostam na velha fórmula, escondidos em seus gabinetes. E que esse silêncio pode ser traduzido da seguinte maneira: Deixa os meninos fazerem esse auê todo, que daqui a pouco eles cansam e tudo volta ao “normal”.


E eles se enganam, e muito. Nada vai voltar ao normal. Da mesma maneira que um rio represado, constrói novos percursos para chegar ao seu destino final, é assim que enxergo essas mobilizações. Há décadas de indignação represadas e agora, que o grito começou a ser liberado, não há ninguém, nem nada que vá fazer o silêncio voltar.


(Texto dividido em duas partes, sexta tem mais)

14 de jun. de 2013

Os 20 Centavos Nossos de Cada Dia


A matemática costuma não falhar. Nem mesmo quando sai dos frios números e invade os lares. De repente, todo mundo quer saber: Tudo isso por causa de R$ 0,20? Para entender isso vamos brincar de equação de 2º grau, onde x² + x + y = 0,20. Onde X pode ser igual a mais de 1,5 milhão de assinaturas pedindo o impeachment do presidente da Casa, senador Renan Calheiros - devido a uma série de acusações de corrupção e etc. X também pode ser o número de pessoas indignadas ao verem assumir a Comissão de Direitos Humanos, o Deputado Marco Feliciano, conhecido pelo discurso claramente racista, homofóbico e muitas vezes, misógino. X também pode representar as inúmeras desapropriações feitas de maneira truculenta por todo o país, para que a marcha da Copa desse sequência. Pode ser também as leis que surgem para evitar que políticos corruptos sejam investigados, tais como a PEC 37.


E temos o Y, que são os gritos das mulheres que estão vendo toda sua luta secular ser rasgada, por um tal  Estatuto Nascituro que nos trata como receptáculos, seja para gerar o filho de um estuprador, seja para gerar um natimorto, seja para morrermos, sem podermos ser tratadas...  Representa também as filas nos hospitais sem previsão de atendimento, as escolas públicas sem qualidade, os professores agredidos no contracheque e no seu cotidiano em sala de aula. 


E, é claro,  o transporte público que nós carrega feito gado, onde só podemos rezar para que nada nos aconteça aquele dia, nem assalto, nem acidente, nem assédios (se formos mulheres) e suspirar aliviados ao chegarmos em casa, com os nossos entes queridos, ilesos, após mais um dia.

E quando a gente monta essa equação, é fácil perceber que os tais 20 centavos no aumento das passagens é apenas uma gotinha d'água, num copo que já estava para transbordar faz tempo!

E o copo quando transborda, faz barulho. A corrente não pode mais ser contida em indignações onlines. Em manifestações nas Redes Sociais. Quando não se ouve a voz do povo, sendo dita através de instrumentos legítimos tais quais, abaixo-assinado, reuniões de gabinetes... É preciso GRITAR. E, não tem jeito, nem fórmulas mágicas: Esse grito só é dado nas ruas. Onde meus passos, encontram outros passos que caminham em uníssono em prol dos nossos direitos.

Quando o protesto atinge as ruas, além de alavancar a visibilidade daquilo pelo qual se luta, democratiza publicamente, o que até então estava restrito a gabinetes e afins.

O triste é ver a História ser repetida. Quando os jovens foram as ruas na década de 70 para contestar o regime militar, não se iludam, foram também chamados de baderneiros, vândalos, subversivos, que era a palavra da moda. E as cenas que assistimos estarrecidos nos últimos dias, lembraram de maneira dolorosamente aguda, às assistidas  naquela década.

30 anos depois, os jornais, os políticos (muitos deles, os jovens subversivos de outrora), e uma parcela da população vociferam contra os vândalos, baderneiros, subversivos atuais... igualzinho a antes, até mesmo na porrada... 

Ah, mas teve gente depredando o patrimônio público, você dirá. Sim, não nego. Alguns para se defenderem, outros porque são vândalos mesmo. Mas, até no melhor saco de feijão, vão existir grãos ruins, mas ninguém joga o saco fora, por causa disso,  e sim descarta aqueles que não prestam...

E, só pra encerrar, ninguém faz faxina na casa, sem arrastar os móveis. E esse país, tá muito precisado de uma boa faxina. E, sabe, na próxima passeata, eu também vou pra rua, ajudar a arrastar os móveis.







4 de jun. de 2013

Mentiras

Finge calmarias que não sente. Resignações que não possui. Ouve frases que machucam com um plácido sorriso no rosto. Implora perdões por erros que não cometeu. Ingere mágoas e tranqüilizantes que permitem um sono sem sonhos, sem planos, sem ausências, que ela finge não sentir.

Fala frases que não acredita e ri, gargalhada triste, enquanto engole o nó que não se desfaz em sua garganta. Oculta na face serena dores intangíveis e se obriga ao riso amargo da ironia, enquanto se veste de forte.

Chora sozinha sentada no frio piso do banheiro, deixando que a água que cai, misture-se as suas águas internas.

(Texto republicado)

12 de mai. de 2013

O Labirinto

Haviam paredes. Altas. Longas e que se estendiam por todos os lados. Cinzas paredes de concreto. Estreitos caminhos que ela começou a percorrer a procura da saída. Encontrou portas que se abriam para outras portas e que sempre a conduziam para os mesmos escuros corredores, ladeados por paredes cinzas. Intermináveis.

Um labirinto. Concluiu. E não adiantava caminhar às cegas. Procurava um coelho branco, mas não havia, nem pílulas vermelhas ou azuis. Nem marcações imaginárias. O labirinto e ela eram os únicos. Paredes altas e cinzas. E portas que a conduzia a lugar nenhum.

Não havia hora, nem dias, o céu não aparecia, e ela bem que tentou deitar-se no chão e enxergar qualquer coisa além do concreto. Mas não havia céu. Por isso, dias e noites eram nada. Caminhava apenas, buscando a saída imaginária. Quem sabe é uma provação? Achava.

Deixar marcas nas paredes, sinais que indicassem que por lá já havia passado. Uma linha, claro, como na mitologia. Mas roupas de malha não desfiam. Decidiu desnudar-se a cada porta. Blusa, calça, sapatos, calcinha e sutiã, espalhados ao longo do caminho. Não foi suficiente. O labirinto era maior do que ela.

Feriu os dedos nas paredes, deixando uma linha de sangue. Pontos vermelhos no escuro concreto.

Aos poucos percebeu outra presença. No inicio, passos, achou que era imaginação, loucura causada pelo estresse de estar presa ali. Depois um constante arfar.

Minotauro. Claro. Todo labirinto tem sua fera presa, prestes a devorar os que ousaram perturbar sua solidão. Seguia seu passos, ela sabia. Sentia o cheiro do sangue que gotejava dos seus dedos. Mais aflita ficou. Precisava achar a saída.

As marcas deixadas tiveram sua função, evitava retornos a pontos já percorridos, desviava de portas que traziam seus dedos estampados em vermelhos. Outros caminhos, paredes, corredores, talvez a saída fosse a próxima porta, ela pensava. Mas nunca era.

A besta agora sussurrava cada vez mais próxima, e já não era a saída que ela buscava, mas fugir do Minotauro que a seguia. Não interessava mais achar suas marcas, nem deixar o sangue como referência. A segurança estava no constante caminhar, indefinidamente.

O cansaço a fazia tropeçar, raspar paredes... cambaleando abria a próxima porta e suspirava aliviada ao ver apenas um estreito corredor e nada da fera. Até o momento que de tão cansada, não queria mais achar a saída, nem fugir do seu perseguidor implacável. Queria apenas deitar-se sobre o frio chão e esquecer. Esquecer do labirinto, de saídas imagináveis, de minotauros...

Queria apenas ficar ali, estirada no piso, deixando o concreto penetrar em suas veias, até virar ela também parte daquilo.

O minotauro encontrou-a estátua cinza. E num gesto delicado, carregou-a até o centro do labirinto, onde outras, também frias estátuas, contemplavam um céu que não existia.

Mas não houve tempo para amaldiçoar, mais uma vez, a própria sorte, ao longe a fera já ouvia a porta que se fechava e outra mulher a caminhar por entre os corredores do labirinto.

18 de abr. de 2013

Meu Filho Sofreu Bulliyng, E Agora?

A gente fala sobre a coisa. Tece mil teorias. Lê livros que ensinam a identificar os sinais. No entanto, a gente não enxerga. Ou não conta, que seu filho esconda os detalhes, por medo, por não querer "te deixar nervosa", por não querer denunciar os amigos da sala.

Mas, então, a coisa toda vem à tona, da pior maneira possível. Um dia, você chega na escola e tem que assinar um documento, que relata que meu filho sofreu um "acidente" na aula,  "um amiguinho acertou um casaco com a ponteira de metal" no seu filho, e que isso resultou num corte na têmpora dele. Corte, graças a Deus, não tão fundo, mas que sangrou e deixou marcas, mais psicológicas, que físicas.

Então, ao conversar com seu filho, longe das figuras dominante do colégio, tais como professores e direção, você descobre, que o "acidente" foi uma briga, na qual um aluno deu socos e chutes nele, mesmo quando caído no chão... E que o casaco, foi uma tentativa de impedir meu filho de chamar o professor...

Podemos não ser os melhores pais do mundo, mas tentamos ensinar ao nosso filho, valores tais como: ética, responsabilidade, não-violência... Fiz quase uma lavagem cerebral nele, explicando que se ele fosse agredido, não revidasse, mas chamasse o adulto responsável, no caso, o professor. E, neste caso, ele fez exatamente o que ensinei para ele. O problema, é que professor responsável (?), por algum motivo, estava ausente na hora do ocorrido. 

Você não quer acreditar no que aconteceu, mas seu cérebro de repente começa a juntar as peças e montar um quebra-cabeças de horror: como no dia que seu filho não quis fazer a prova toda, "porque não queria ser o melhor", ou MB, como o município chama os melhores alunos., ele queria apenas ser "normal", ou nas muitas vezes, em que ele se recusou a ir a escola, ou nas outras vezes, em que ele saia da aula, com um aspecto mais calado. E, de repente, você se dá conta, que seu filho está sofrendo bulliyng, e seu chão desmorona. A frágil ilusão de que aquilo que você discutia em tese e assistia nos noticiários chegou na sua parte mais delicada, no teu cerne, na tua carne, que é o seu filho. E, você demorou a perceber...

Ai, você tem que aprender a lidar, de verdade, com aquilo. E se sente perdida. Pois se deixar a raiva tomar conta e sair botando a boca no mundo, quem vai lidar com as consequências da sua indignação, dentro da sala de aula, não é você. Mas aquela criaturinha de sete anos, que agora me pergunta se apanhou porque é gordo. Que não quer comer chocolate para não engordar. Que quer ficar "sarado" ou ser apenas um menino normal, para que ninguém o enxergue e o agrida por ser diferente.

Óbvio, que assim que a professora me entregou meu filho com um corte, ainda sangrando na cabeça, meu primeiro movimento foi querer ir numa delegacia, dar queixa. Processar o colégio, etc  Mas, quando o sangue esfria, vem a realidade de que se você fizer isso, vai ser ele, que vai ter que lidar com professores acusados, que vai ser ele, que vai ter que continuar a conviver com o agressor em sala de aula...

E, apesar de tudo, meu filho está adaptado a sua turma, ao seu colégio, e qualquer mudança brusca, pode ser ainda mais traumática. 

Conversar. Essa é a palavra chave, conversar com o professor responsável pela turma, no dia em quem a agressão aconteceu, conversar com a direção e se for preciso, conversar com os pais do menino agressor. Conversar, principalmente com meu filho, e mostrar para ele, que infelizmente, o mundo cor-de-rosa, que os pais pintaram para ele, não existe. Mostrar que ele não é a única criança agredida no mundo. Mostrar para ele, que sim, existem pessoas preconceituosas, e que ele sempre irá se deparar com elas por ai, mas que o preconceito delas é que feio, e que caráter, não se define pelo peso que você tem . Conversar para que ele possa se defender, não revidando as agressões, mas gritando, pedindo ajuda. Conversar muito. E, principalmente, que seus pais estão aqui, sempre, e que sempre estarão ao lado dele, prontos para defendê-lo daquilo que pior a sociedade produz.

Por último, para toda criança que sofre bulliyng, temos um bully, que tem pai e/ou mãe. Então observe os sinais, pois seu filho pode não ser o que sofre, mas o que agride. Mas, com uma boa educação e ajuda (até mesmo terapêutica, se for necessário), você pode mudar o destino de duas crianças... Pense nisso.

E deixo aqui o link de um vídeo, extremamente chocante, onde crianças mais velhas, assistem e incitam a agressão a uma menor: http://globotv.globo.com/rede-globo/sptv-1a-edicao/v/crianca-e-agredida-dentro-de-condominio-em-sao-bernardo-no-abc/2519514/

(Queria agradecer a Rogéria, a Fernanda Reali e a Claudia Pinto, que muito me ajudaram a enfrentar esse problema e deram dicas preciosas)

UPDATE:  Vamos falar sobre isso? Seu filho, você, ou alguém que você conheça sofreu/sofre com o bulliyng? Quer contar? Manda pra mim seu depoimento, pelo e-mail patricia.daltro@gmail.com - vou abrir o  blog para outros que também sofrem/sofreram. A ideia é abrir um debate sobre o tema e pensar coletivamente como proteger nossas famílias, principalmente nossos filhos, do bulliyng.


5 de abr. de 2013

Definidamente pedra

http://www.melhorpapeldeparede.com/images/pedra-2940.htm

Foi então que a moça do RH perguntou ao grupo, o que eles seriam, se não humanos. Ouviu de um que seria uma ave; de outro, um peixe; teve quem quisesse ser leão, até chegar a vez dela. Que queria ser pedra.
Uma pedra? Exclamou a moça do RH, já anotando em sua prancheta, algo, provavelmente não bom. Mas pedra é estática, imutável. Pouco dinâmica.

Ela sorriu baixinho. E pensou como era errado isso. Uma pedra imutável? E a flexibilidade de deixar que as estações criem sua marca? O vento, a cada dia, molda seu corpo, criando esculturas naturais, tão lindas e únicas, que nunca serão iguais, pois a cada molécula que ele extrai na sua passagem, muda aquela pedra que se encontra em seu caminho.

E a chuva? Que com sua gotículas, cria vincos e sulcos, dilapidando-a como uma jóia.

Ah, e ser pedra, era ser marco. Ponto de referência dos que partiam, dos que voltavam. Dos que precisavam apenas do seu apoio, mesmo que momentâneo, para seguir em frente.

Eram de pedras as pirâmides, também de pedra foram as primeiras ferramentas e moradias, inicio de uma nova era da humanidade.

E, sabe? As pedras dentro do rio, rolam, transformando-se em seixos que seguem no rumo da correnteza, até chegar ao mar, morada final. Onde virarão habitat de corais e espécies tantas.

Sim, ela era pedra! Definitivamente pedra. Definidamente pedra. 

22 de mar. de 2013

Aquecendo Corações - Campanha Solidária



Infelizmente, como uma repetição de um filme ruim, a Região Serrana do Rio de Janeiro é assolada pelas chuvas de março. 

Cenas tristes que se repetem ano após ano, com a anuência dos órgãos públicos, que primam pela irresponsabilidade administrativa, para não dizer corrupção, desvio de verbas entre outras causas, vemos pessoas desabrigadas, mortes e destruição.


E, é nessa hora que a nossa participação faz toda a diferença. Solidariedade para ajudar essas pessoas que precisam tanto. 

A Luci Cardinelli mais uma vez está encabeçando esse movimento e lá no blog Solidário explica como todos nós podemos ajudar! 

Então, peço a todos que por aqui passam, que deem um clique aqui e descubram como é fácil ser solidário!

18 de mar. de 2013

Ela escolheu ser Feliz (e me ensinou isso)!

Ilustração: Robô BBBBolo

Hoje é seu aniversário. E, é engraçado que ao pensar no que te dizer, lembro das coisas que você me ensinou. Duas frases, que para mim, tiveram o poder de mudar muita coisa em minha vida. Frases que você traz como lema de vida: Eu Escolhi ser Feliz e Dividir para Somar. Sem ordem de importância, pois as duas frases foram extremamente revolucionárias. 

Parece loucura, mas até te conhecer - via BBB, paixão que compartilhamos, não sabia que a felicidade era minha decisão. Sempre tinha delegado a outros, a responsabilidade de me fazer feliz. É, claro, que como ninguém pode ser responsável pela felicidade de ninguém, vivia numa eterna montanha-russa emocional. Mas, além de falar/escrever essa frase, você vivenciava isso com tal intensidade, que fui apreendendo que isso era possível, que podia ser feliz, apesar de tudo, apesar dos outros, apesar de mim mesma...

Aprendi também com você, que diferente da matemática, dividir não significava menos, mas podia ser sempre mais! Por que dividir era sinônimo de compartilhar: idéias, estímulos, amizades, abraços... Logo eu, tão arredia para toques, descobri que abraçar renovava energias; olho no olho acalentava dores.

Agora, sem dúvida, o amor que tenho por você, veio na sua confiança em mim. Loucamente, você acreditou em mim, antes que eu mesma acreditasse. E se hoje as coisas seguem num rumo, ainda não consolidado, mas bem próximo disso, com certeza, muito devo a sua voz dizendo: você pode

Você é a madrinha da Bichos de Patch, não sei se algum dia verbalizei isso, mas é! Pois foi você com seus incentivos, seus links, sugestões e a certeza de que eu seria capaz, fez a lojinha tomar forma e começar os seus primeiros passos.

Fernanda Reali, hoje é seu aniversário, e o que mais queria te dizer, o quanto você é importante na minha vida. É muito bom rir com você, vibrar com você, chorar com você, debater com você, afinal, somos amigas discordantes! rs (relendo esse paragrafo agora, vi que quase virou a música da Xuxa) ;o)

Parabéns pra você! E que a felicidade não seja só uma questão de decisão, e sim, uma constante em sua vida! 

Aproveita e conheça mais da Fernanda:
Este post faz parte da Blogagem Coletiva sugerida pela querida Elis e tem mais gente falando da/e sobre a  Fernanda aqui ô: Pollyanna.

15 de mar. de 2013

Felicidade...


Felicidade pode ser uma coisa complicada. Não é fácil se feliz. Para inicio de conversa nossa sociedade não a aceita bem. Pense bem, o que vende mais noticia: Uma matéria sobre a violência nas grandes cidades ou a beleza de um pôr-de-sol?

É só olhar os jornais, até sai a matéria do pôr-de-sol, mas na capa, vemos estampados a violência. E não é só isso, até mesmo na religião, esbarramos com dogmas do tipo: é preciso sofrer para entrar no reino dos céus. 

Então o paraíso será um lugar feliz, não o aqui, não o agora. O hoje deve ser banhado em lágrimas. Na literatura, no cinema, nas músicas, a felicidade passa ao longe. Filmes com finais tristes são sempre os mais lembrados, romances tipo Romeu e Julieta emocionam gerações; nas músicas, letras que falam da solidão e da dor, tocam de hora em hora nas rádios e os cantores vendem milhões de cds.

Vivemos viciados na tristeza. Os momentos felizes passam e sequer percebemos, tão entretidos em nossas dores que estamos. 

E é com essa base que afirmo: Não é fácil ser feliz. Requer um certo esforço. Uma certa disposição. Não. Realmente não é fácil. É preciso ter disposição para ser feliz. 

Necessário antes de tudo esquecer do que está ao redor. Um exercício rotineiro de sorrisos e abraços. Pois a felicidade se inicia em um sorriso. Apenas um. Dado com vontade, sem esperar retorno nenhum. Assim de repente, ao acordar e olhar para o/a companheiro(a), acrescido de um bom dia. Ou ao entrar no elevador e encontrar aquele seu vizinho de cara amarrada. Ou no trânsito parado. Ou em qualquer lugar, a felicidade se inicia com um sorriso.

Consolida-se com a percepção do todo. No lugar de acordar apressado, pensando no quão terrível pode ser aquele dia, iniciá-lo com a expectativa de boas novas. Olhar-se no espelho com os olhos da criança adormecida em você. Os mesmos olhos que contemplaram um arco-iris pela primeira vez. 

A felicidade é construida de dentro para fora. Não adianta esperar que o outro, ou que a vida, lhe entregue assim em uma bandeija. Você tem que acreditar nela. Vivenciá-la em atos e falas. Pensar na resposta, antes mesmo da pergunta ser formulada. 

E preciso, também, esquecer o que poderia ter sido e se concentrar no que já é, mas principalmente, acreditar no que ainda estar por vir. Descobrir a importância dos sonhos e no caso, de tê-los esquecido, relembrar cada um que tenha sonhado um dia. Perceber que tocar não pode ser tão dificil. Que um abraço é o que temos de mais forte. Cabendo a nós o primeiro movimento. 

Enxergar o outro, não com os olhos embotados de desconfianças e insinuações. Mas livre do medo e das idéias pré-concebidas. Para ser feliz é necessário acreditar. No outro, na gente e na vida.

Embora isso possa parecer um manual prático de como ser feliz, não é. Por que a felicidade não se vende em supermercados ou livrarias. Não existem regras para ser feliz. Pois é uma decisão que cabe única e exclusivamente a nós mesmos. E de nada vale livros de auto-ajuda se nós não estamos dispostos a apostar na sua existência. É preciso ao acordar exclamar bem alto, para que até você mesmo ouça: Eu quero ser Feliz. E é assim, acreditando nisso, que a felicidade entrará em nossas vida.

13 de mar. de 2013

Para Luci, com muito amor!


Ela sempre diz que 13 é seu número de sorte! E com certeza é, afinal, é o SEU DIA. Mas, quer saber? Não é só o dia de sorte dela, mas o meu também, ou melhor, é o meu, e o de tantas pessoas que tiveram a sorte de tê-la em sua vida, nem que seja só por um momento.

Por que Luci é uma estrela, disfarçada de gente, uma estrela que brilha, mas gosta mais ainda de distribuir seu brilho. Se fosse defini-la em uma palavra, seria GENEROSIDADE

Ela é generosa naquilo que faz: artesã maravilhosa, que não hesita em compartilhar o que sabe. Ela é generosa naquilo que ela é, quando não consegue ficar apenas lamentando tragédias, mas se propõe a ajudar, a reerguer, a combater, nem que seja com trabalho de formiguinha, o que a natureza (e a ineficiência do poder público) destruiu - como no caso das tragédia das chuvas.

Ela é generosa como amiga, sempre a ofertar afetos, colo, conselhos e até mesmo, puxão de orelha - afinal, amizade não é só elogio.

E, eu me sinto muito sortuda por ter um dia cruzado o seu caminho e permitido que ela entrasse nele. 

Hoje é seu aniversário, amiga - e que orgulho tenho de te chamar assim, nesses tempos estranhos onde a palavra amizade/amiga virou vírgula, dita sem entonação ou emoção de verdade. Sua amizade é reticencias, é exclamação, é ponto, mas não final, porque o que quero é poder te levar dentro do coração e na minha vida por todos esses anos que Deus ainda vai nos dar!

Obrigada pela sua amizade e te desejo um Feliz Aniversário! Que esse ano que inicia hoje pra você,  traga tudo aquilo que você deseja, que você merece! Te amo, Luci

Para conhecer mais sobre minha amiga, Luci Cardinelli, visite:

Postando Sobre Artes - blog que fala de artesanato, onde você sempre encontra uma dica, uma inspiração, uma palavra amiga.
Vida - blog pessoal dela, onde sempre encontrará posts inteligentes e opiniões verdadeiras.