19 de jun. de 2013

#Vemprarua Parte I

Há uma semana o Brasil não para. Em todos as capitais, praticamente em todas as cidades, falados ou não na mídia, o Brasil grita sua insatisfação! Todos já sabemos que não é apenas R$ 0,20, até mesmo a imprensa parou de repetir isso.

Conseguimos também entender que existem grupos diferentes nas manifestações, os que estão lá porque querem mudança de maneira pacífica e legal. Esses são, felizmente, a maioria! Os que também querem mudança, mas acham que tem que ser mais radicais, são os que querem a destruição das instituições, por isso a invasão e depredação de imóveis e monumentos, que simbolizam essas instituições; E, por fim,  os que se utilizam dos manifestantes para fazerem o que eles já faziam antes: serem bandidos, são os que saqueiam, promovem arrastões etc

Do outro lado, temos a mídia, analistas sociais, esquerda e direita e principalmente, políticos estarrecidos sem entender o que aconteceu. Afinal, como imaginar uma mobilização nacional desse porte sem lideranças expressivas, sem partidos aparelhando por trás?

Em todas as mobilizações que nós tivemos nesse país, havia claramente delimitado, lideranças e um propósito único. Exemplo: Diretas Já, atos em defesa de algumas mudanças na Constituição, Fora Collor e contra as privatizações. E, voltando mais no tempo ainda, os jovens que lutavam pela volta da Democracia – nos tempos de chumbo da ditadura.

Mas, o que acontece no nosso país há uma semana, nunca aconteceu antes! Se foram as redes sociais, se foram os novos ventos que sopram no mundo, não dá para saber...

O que dá para ver nitidamente, é a urgência de uma mudança, e, que não dá para tentar encaixar quase meio milhão de pessoas nas ruas, (sem contar as que como eu, não podem ir às ruas, mas que estão juntos com esses que estão),  a velha forma de pensar a política no Brasil.

Aliais, vendo o silêncio assustado das nossas representações políticas,  percebo claramente que esses ainda apostam na velha fórmula, escondidos em seus gabinetes. E que esse silêncio pode ser traduzido da seguinte maneira: Deixa os meninos fazerem esse auê todo, que daqui a pouco eles cansam e tudo volta ao “normal”.


E eles se enganam, e muito. Nada vai voltar ao normal. Da mesma maneira que um rio represado, constrói novos percursos para chegar ao seu destino final, é assim que enxergo essas mobilizações. Há décadas de indignação represadas e agora, que o grito começou a ser liberado, não há ninguém, nem nada que vá fazer o silêncio voltar.


(Texto dividido em duas partes, sexta tem mais)

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