23 de fev. de 2009

Desventuras Amorosas II

O horóscopo dizia: o melhor hoje é se recolher e aproveitar o dia para rever velhos conceitos. Mas palavras no jornal não foram suficiente para apagar a chama que amanhecera dentro dela. E ignorando todos os desígnios, o gato preto que passara correndo, quase lhe embaralhando os pés, a escada exposta na calçada que seguia, O fragmento de espelho quebrado que encontrara dentro da bolsa - como fora parar ali,? se perguntou. Tudo era de pouca importância.

Ela seguia seu caminho. Em direção a qualquer lugar. Olhar vitrines, talvez. Caminhar na orla. A areia e o sal no rosto. Mas, chovia. E ela sentou num bar. O mar emoldurando-lhe as retinas, que, num acaso, encontraram as dele.

Quer um café? Aceito. Cigarro. Parei. Barulho da chuva. O cheiro suave de um dia. Prosa e poesia entremeadas de fumaça e nicotina. 

Antes de entrar no elevador, subindo em direção ao apartamento dele, ela ainda pensa no horóscopo, e percebe que a vida é bem mais prazerosa, quando decidimos desafiar o destino.

15 de fev. de 2009

Desventuras Amorosas

Existe uma ausência em mim. Qualquer coisa enorme que me consome nas horas impróprias. Quando estou com você, por exemplo. Ela chega e engole meu sorriso. Transforma um momento de felicidade em uma angustiosa sensação de “e se isso acabar?”

E de repente, me vejo perdida. Segurando suas mãos e pedindo a alguma força misteriosa, (será Deus? Não sei se nessas horas creio em algo) que nunca, jamais tire esse momento de mim. 

Mas, essa coisa, essa coisa que me consome, ela diz no meu ouvido. Diz, não! Sussurra: tristeza não tem fim, felicidade sim. E então, eu começo a contar os minutos para que tudo acabe. E não consigo mais te olhar nos olhos. E não quero mais brincar de fazer planos, onde entram casa, filhos e um jardim com girassóis. Por que eu não quero sofrer, sabe? Não quero ter tudo ali e um belo dia amanhecer gris e ficar sentada na varanda, olhando os girassóis secos e o nada que nos restou. Não quero te amar tanto a ponto de desvendar um dia teu desamor. 

E quando meu silêncio se faz tão presente entre a gente. Vejo tua partida, quase em alivio. Não que não doa, por que dói. Mas penso, envolta nessa ausência enorme que existe em mim, melhor que seja agora. Melhor que não exista nem verões, tampouco primaveras entre nós. Repito então, dezenas de vezes, melhor assim. Que partas sem nunca ter sido. Claro. Eu digo, sem, no entanto crer.

12 de fev. de 2009

Porque eu nunca vou participar do BBB:

 1-     Toda vez que a Naiá gritasse Anaaaaaaá, eu enforcaria a distinta senhora.

2-     Toda vez que a Ana gritasse Nanaaaaá, eu faria uma depilação a seco na guria;

3-     Quando alguém falasse: O Brasil está vendo que não estou jogando, eu vomitaria em cima da(o) desgraçada(o) igual a menina do exorcista;

4-     Se alguém começasse a dar piti por causa de ovo, pão ou qualquer gênero alimentício, pegaria o alimento em questão e enfiaria em áreas impróprias para menores, da pessoa;

5-     Se me indicassem para o paredão com um discurso tosco do tipo: “estou fazendo isso porque acho fulano forte”, eu mandaria o(a) fulano(a) se F* e avisaria que rezasse pela minha saída, pois na semana que vem tinha troco!

6-     Estando no paredão, prestes a sair, mandaria o Beal calar a boca e dizer logo quem estava fora.

7-     Se começassem a falar: você está sendo mascarada, ou fulano é fake, perguntaria se, por acaso, é meu/minha amigo(a) de infância para saber como sou ou não.

8-     Em dia de prova de liderança, faria sempre a comida: feijoada, rabada ou qualquer coisa beeem pesada.

9-     No final da festa, quando o/a bêbado(a) chato começasse a incomodar, enfiaria o sujeito no confessionário/despensa e só liberaria no dia seguinte, quando o efeito da bebedeira tivesse passado.

10- Perderia todas as minhas estalecas roubando comida da geladeira dos vencedores da prova da comida.


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Vote Não!

Campanha iniciada por alguns blogs (Todos os Desejos do Mundo e  Na moita do BBB) - é o seguinte, se o Doninho não sabe brincar, não desce para o play! O que não dá é para no meio do jogo, ao perceber que seu time tá perdendo, resolver roubar a bola!

5 de fev. de 2009

DESVENTURAS AMOROSAS

Ela pensa no que falar para ele. Ensaia a declaração perfeita e sonha com beijos molhados, multiplicação de línguas.

Ele pensa no que falar para ela. Planeja atos, sonhando com o cheiro dela, suores e coxas no lençol. Mas, mistérios da nossa condição humana, ela engole sorrisos e disfarça a vontade do beijo no gelo do refrigerante. 

Com frases feitas ele ergue barreiras e esfria desejos. No fim da noite eles seguem, retas paralelas, a buscarem um possível ponto de encontro, no infinito.

3 de fev. de 2009

É Proibido ser Feliz!

Nossa Vênus platinada mais uma vez estipula as regras do jogo, tal qual menino mimado que só libera a bola se for para ganhar. Eis que a alegria está proibida. Ser feliz é quase uma ofensa (ninguém pode ser engraçado o tempo inteiro! Já rotulam), fazer palhaçadas, brincar, aproveitar o momento para descobrir a criança interior é crime em qual código penal? 

Já não é a primeira edição do programa que isso acontece. A idéia mor do programa que é retratar a realidade em forma de show se perde em busca de padronizações. É preciso seguir um roteiro de como ser ou não ser para se transformar no astro da grande deusa televisiva. A vida enquadrada em um maniqueísmo de heróis e vilões, não permitindo o real em suas entrelinhas. Não há espaço para o ser humano no Big Brother!

Condenam-se participantes mais brincalhões de falsos, jogadores, mascarados, personagens, etc, Mas, não somos todos nós também personagens? Não carregamos nossas máscaras no dia-a-dia? Eu, com certeza seria logo rotulada de fake no BBB, afinal, prefiro fazer rir a me lamuriar. Só quem já conviveu com vários episódios depressivos sabe o quão importante é saber fazer rir e aprender a rir! Por isso, admiro quem faça isso também.

Vejo nesse BBB9 jogadores que não negam o fato de estarem jogando, (o que alias seria uma incoerência negar, se o programa é um jogo, não estar jogando seria um passo para a esquizofrenia!), mas optaram por um jogo mais leve, menos “vote-no-fulano” e mais conquistarem os que estão assistindo. E sim, confesso que o quarteto Max, Fran, Flavio e Priscila me conquistaram. Minhas tardes assistindo o ppv ficaram mais leves rindo das besteiras que eles fazem e falam. 

Lembram-me amigos queridos dos quais me afastei ao longo dos anos. Remetem-me a um tempo onde eu também falava e fazia essas mesmas besteiras. Tinha muitas edições que eu não me sentia tão em casa com um grupo de participantes.

Mas, infelizmente, a alegria é proibida. E gradativamente percebo nas edições a necessidade da construção de vilões e mocinhos, a alegria sendo editada e distorcida de tal maneira que se transforma em aberração. 

O apresentador, que deveria ser imparcial, não disfarça seu incomodo. Ignorando, às vezes sendo quase rude, com os que ousaram tentar fazer do BBB9 um espetáculo real, nem preto, nem branco, mas composto de uma matiz infinita de cores!

Pelo último paredão, a dupla do quarteto (Pri e Max) voltando com força total, mostramos que não queremos esse jogo de bem versus o mal, que a emissora tenta nos empurrar, queremos as cores das tatuagens de Max, o ruivo de Flávio, a morenice brejeira de Priscila (essa merece um post a parte) e o colorido quase surtado da Fran! 

Feliz Ano Novo, de novo!

Você sabe quando o ano promete quando, ao abrir o olho, você percebe que já está em fevereiro e seu orçamento e sua vida, pararam no meado de novembro do ano anterior. 

Hoje ainda tem post novo, mas vou ali pular sete ondas, comer sete uvas, plantar um pé de arruda e comprar um vasinho de pimenta, além de fazer todas as simpatias que deveria ter feito na passagem do ano e que achei que não seria necessário.

2 de fev. de 2009

Manipulação go home!

Eu havia me prometido não falar sobre bbb por aqui, mas peralá que putz de quarto-branco é esse que garantiu uma imunidade para três dos mais fiadaputa do jogo? Além de dar a eles uma alimentação menos restrita  - até brownie, os caras ganharam! - que o grupo da xepa (Ralf e Newton haviam perdido a prova da comida!)

Resumo da ópera: o tal quarto punk, de punk não tem nada, é apenas um quarto de um sanatório de luxo, que garantiu aos enclausurados ali, mais uma semana na casa, uma aliança - que não tenho dúvida, será formada -  que após a saída, dificilmente se quebrará, e um tiroteio de votos desordenados por parte dos outros jogadores.

Os do lado B não souberam pensar rápido e acabaram, refazendo o primeiro paredão, colocando dois aliados na berlinda. A desculpa do Emanuel para votar em Max não cola. Para mim é coisa de moleque mal resolvido com ciúmes da Priscila (mulher com a qual fica, mas não assume) e Max.

E nessa novela muito mal-feita que Boninho criou, resta-nos o voto no Alexandre – mas muito revoltada, por que na minha lista de “fora-que-ninguém-te-quer” ele figurava lá embaixo, sem contar com o fato de saber que meu voto, indiretamente vai proporcionar a volta dos três que mais detesto ao jogo!

Bem, em nove edições do BBB, cinco eu parei de acompanhar quando a manipulação começou a ficar muito ofensiva aos meus princípios. Tô começando a achar que vai acontecer isso de novo. Õ Saco!
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Update: Reescrevendo algumas coisas: o quarto branco no final teve serventia, fez um jogador que já estava surtando, pirar mais um pouquinho e pedir para sair, o quarto deveria mudar de nome é começar se chamar Capitão Nascimento! 

Fez também surgir o vilão que o programa vinha procurando direto - Newton é o grande vilão afinal. Os mocinhos, ou melhor, as mocinhas, vão se delineando aos poucos, a principio a Barbie girl e sua vovó,  e o herói obcecado, Ralf, esse tá dificil de engolir!
O resto, bem, o resto é descartável, como em todas as outras edições. Pena...