Existe uma ausência em mim. Qualquer coisa enorme que me consome nas horas impróprias. Quando estou com você, por exemplo. Ela chega e engole meu sorriso. Transforma um momento de felicidade em uma angustiosa sensação de “e se isso acabar?”
E de repente, me vejo perdida. Segurando suas mãos e pedindo a alguma força misteriosa, (será Deus? Não sei se nessas horas creio em algo) que nunca, jamais tire esse momento de mim.
Mas, essa coisa, essa coisa que me consome, ela diz no meu ouvido. Diz, não! Sussurra: tristeza não tem fim, felicidade sim. E então, eu começo a contar os minutos para que tudo acabe. E não consigo mais te olhar nos olhos. E não quero mais brincar de fazer planos, onde entram casa, filhos e um jardim com girassóis. Por que eu não quero sofrer, sabe? Não quero ter tudo ali e um belo dia amanhecer gris e ficar sentada na varanda, olhando os girassóis secos e o nada que nos restou. Não quero te amar tanto a ponto de desvendar um dia teu desamor.
E quando meu silêncio se faz tão presente entre a gente. Vejo tua partida, quase em alivio. Não que não doa, por que dói. Mas penso, envolta nessa ausência enorme que existe em mim, melhor que seja agora. Melhor que não exista nem verões, tampouco primaveras entre nós. Repito então, dezenas de vezes, melhor assim. Que partas sem nunca ter sido. Claro. Eu digo, sem, no entanto crer.
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