29 de out. de 2009

Cadê meus Super Poderes?

Li um artigo onde rotularam a mulher moderna como supermulheres. Denominação que, sinceramente, tem mais glamour no nome do que no real.

Não lembro de ver a Mulher-Maravilha ou a Super-Girl tendo que lidar com máquina de lavar, trouxa de roupa para passar, barriga no fogão ou vassoura na mão.

Enfrentar supervilões parece ser mais divertido do que ter que acordar às seis da manhã, correr para o banheiro e tomar uma ducha rápida, acordar os filhos para a escola. Preparar o café, pentear o cabelos dos pequenos e colocar o lanche das crianças na mochila.

Engolir um pedaço de torrada e entornar um copo de café, ao mesmo tempo em que manda as crianças para o colégio. Tirar a carne do congelador, botar a roupa na máquina, escrever instruções e pregar na geladeira.

Trocar de roupa e partir para a condução lotada. Quando tem sorte, conseguir um lugarzinho espremido entre a janela e alguém que fatalmente irá dormir caindo em cima de você. Muitas vezes, babando.

Depois de quase uma hora de condução, chegar ao trabalho e encontrar a mesa cheia de relatórios e ofícios para digitar e/ou arquivar.

Ainda enrolada com os documentos, terá que interromper tudo para servir cafezinho para o chefe e a visita. Além de providenciar o presente dele para a filha mais velha, agendar e reservar hotel para a viagem de negócios, que bem sabe, não é de negócios, na maior parte das vezes.

Meio dia, pausa para um almoço rápido num restaurante a quilo da esquina, se for inicio do mês, caso seja no final, quando o dinheiro mal dá para a passagem, contentar-se com um pé-sujo que vende um joelho e um refresco por R$ 2,00.

Voltar para o escritório, onde agora tem mais uma infinidade de documentos para arquivar, digitar, além é claro de providenciar água, café, e o que mais o chefe desejar.

Fim do dia, voltar para a casa, a cabeça estourando e enfrentar uma fila de vinte minutos para entrar em um ônibus cheio, aonde vai espremida e sarrada metade do caminho, quando finalmente consegue sentar. Mas logo chega a hora de descer, caminhar uma quadra inteira, pegar o filho na creche, que cobra quase 1/3 do salário, para ficar com ele.

Em casa, antes de sentar, preparar o jantar, estender a roupa que deixou batendo de manhã, ajudar nos estudos das crianças, depois finalmente, sentar, prato no colo em frente à tv e ver a mocinha sofrendo horrores nas mãos do vilão da vez, normalmente dorme ali mesmo, até acordar com o choramingo das crianças, que sairam no tapa.

Aí a supermulher tem que servir como juiz e decidir por dar razão a um ou a outro, mas como está com os olhos pregados, resolve dar um esporro único e colocá-las para dormir.

Fala sério, vai dizer que não é melhor ter que dar porrada no Lex Luthor ou no vilão da vez?
______________________________________________________
Update: Atualmente minha rotina mudou, trabalho em casa e, quer saber? é tão cansativo quanto e o pior, continuo sem superpoderes.

23 de out. de 2009

Viver a Vida das Propagandas

Sempre sonhei a vida das propagandas de margarina. Coisa linda de se ver. Casa com jardinzinho na entrada, pai, mãe, irmã adolescente e pequerrucho de rosadas bochechas, cachorro grande mal-criado tentando roubar a comida da mesa. Sempre farta, sucos, biscoitos, bolachas... todos sorridentes. Ah, que delicia que seria.

Daí cresci e comecei a achar essa vida meio boçal. Foi quando me deparei com as propagandas de cervejas. Foi como se eu tivesse recebido a iluminação divina. Pensa bem: nas propaganda de cervejas os pés-sujos são sempre lindos. Todas as mesas tem toalhas alvas, não existe apenas um garçom para o bar inteiro, são vários. E todos eles te atendem!!!! Na hora! Você olha e ta lá o cara com uma cerveja estupidamente gelada ao seu lado.

Alias, as cervejas sempre vem geladas, você vê aquele arzinho gelado saindo na hora que a tampa é aberta. Os fregueses são todos jovens, bonitos, com ar de felicidade, ninguém ali tem conta para pagar, aluguel vencido, está desempregado ou coisas similares! Lei seca? Violência, problemas de família? Ah, isso não existe nas propagandas de cerveja.

Lá você é atendido por atrizes/atores globais, não importa a quantidade de cerveja que beba, nunca fica bêbado, no máximo meio alegrinho e o melhor e mais surpreendente de tudo, é que todos, todos mesmo, são magros! Daí eu vejo uma pesquisa que fala que beber cerveja emagrece e isso só confirma a minha tese, não existe vida melhor do que àquela apresentada numa propaganda de cerveja!

21 de out. de 2009

Alienação

No cabeleireiro mudou cabelo. Cor e tamanho. No cirurgião-plástico reduziu gorduras e criou contornos, qual boneca de modelar.

Nos shoppings acompanha as capas de revista, metamorfoseando-se em cores e marcas da moda. À noite, encharca-se de cremes e promessas de juventude eterna.

O outro na cama é acessório, conquista dispensada na manhã seguinte. Não sorri mais por que sorriso está fora de moda. O amor, ah, esse é produto descartável.

E assim segue todos os seus dias, em busca da alienação perfeita e a sua maior felicidade vai ser quando puder enxergar outra, que não ela mesma, no espelho.

_____________________________________________________
Love Your Body Day
Dia de Amar Seu Corpo

Dia 21 de Outubro foi escolhido para ser o "Dia de Amar seu Corpo" em uma tradução livre. E vários blogs brasileiros e estrangeiros estarão falando sobre isso hoje, eu optei por fazer uma abordagem diferente, um micro-conto sobre o que seria a alienação perfeita para muitas.

Minha sugestão para o dia de hoje, é se dar um tempinho e olhar-se no espelho, de cara limpa, e fazer uma enorme declaração de amor para você mesma! Sabe, cada parte de você tem uma história para contar, deixe-as falar, sem se preocupar tanto em ocultá-las!

Para quem for falar sobre isso no twitter, usar a tag #lybd

19 de out. de 2009

Celebrando as Coisas Boas!

A Mamis do Fofocas de Marte concebeu a idéia e criou o selo, a Neiva, do A Itinerante me ofertou (obrigada, querida) e eu estou compartilhando com todos os que frequentam esse espaço.

A idéia é celebrar as coisas boas da vida, listando tudo aquilo que você ache bom, alegre, legal, interessante, etc e depois repassar para quem você quiser.

Bem, eu tenho infinitas coisas que me fazem sentir leve e feliz, vou tentar resumir:

1) Meu filho - de tudo o que já me aconteceu, ser mãe foi a mais louca e maravilhosa delas. Enxergar o mundo sendo descoberto através dos olhos do meu pequeno, não tem preço, e nem palavras.

2) Meu marido - além de ser a única pessoa no mundo, com disposição de me aturar (inclusive na TPM), tem um bom humor maravilhoso. Tenho que gravar os comentários sobre filmes e propagandas que ele faz. Impagável.

3) Pessoas com bom humor - amadoro pessoas que tem a capacidade de fazer humor com o que a vida lhes dá.

4) Livros - todos, de todas as formas, enredos, sabores...

5) Entrar na roupa que gostei na loja, sem problemas com numeração, com vendedor, com modelagem, com nada. Ver na vitrine, levar pro provador e ficar linda!

6) Tempo - ter tempo sobrando para fazer tudo o que gosto, brincar com filhote, fuxicar na internet, conversar com amigos...

7) Dinheiro - dizem que dinheiro não traz felicidade, mas quer saber, ajuda à beça!

8) Escrever - Sentar em frente ao pc e a história escorrer pelos dedos, naturalmente.

9) Criar uma peça de artesanato nova, exclusiva, linda e que todos amem!

10) Pequenos momentos - é impressionante como durante um único dia, nós temos tantos pequenos momentos que podem nos fazer feliz, e a maior parte do tempo, sequer prestamos atenção: saca aquele e-mail inesperado cheio de coisas boas? , ou um twitter de alguém querido, te desejando bom dia? Ou ainda, o/a desconhecido(a) que do nada te dá um sorriso?

17 de out. de 2009

Desejos Secretos

Ela arruma camas e faz cafés. Penteia cabelos e conta estórias. Ouve sobre dias complicados e promoções que nunca chegam. Rotinas imperfeitas. Sonhos que se constroem sobre castelos de cartas.

Dias de chegar mais tarde. Insinuando serviços no escritório. Frases que já sabe de cor. Até o dia que cansada de tudo, descubra no fundo do bolso da calça, o lenço encharcado de perfume.

Ela chora, não pela traição, enfim confirmada, mas por que, cansada da rotina das frases cotidianas, ela apenas queria ser a outra.

14 de out. de 2009

Resenha do Livro: A Volta

Em um primeiro momento, quando li do que se tratava o livro A Volta, imediatamente, pensei tratar-se de um romance espírita. O que para mim, não seria problema, para muitos poderia ser encarado de forma diferente, quase com preconceito.

Tive também o receio de tratar-se de mais um romance sensacionalista, que se utiliza fatos sobrenaturais para serem diferentes.

Ainda bem que nenhum desses motivos me desmotivou a leitura.

Se fosse reduzir o livro a uma única frase ou contexto, eu diria, que A Volta é um livro que fala sobre o amor:

Amor de um casal a seu filho, de maneira tão pungente, que se despe de crenças e preconceitos para aceitá-lo e entender o que havia de errado.

Amor, que aos poucos se transforma em uma bela homenagem aos veteranos da Segunda Guerra Mundial, particularmente, aos pilotos e combatentes do porta-aviões Natoma Bay, os que sobreviveram e os que faleceram neste terrível confronto.

A trama do livro se dá toda em cima de uma busca. O que motiva o menino James a ter pesadelos terríveis toda noite. E, por que da familiaridade do menino com aviões, termos e personagens que de alguma maneira estejam ligado ao esquadrão que serviu naquele porta-aviões.

E através dessa busca, mais por parte do pai do menino, Bruce Leininger, (já que a mãe opta por crer desde o inicio na teoria da reencarnação), esse o tempo todo prefere se manter numa linha fina de incredulidade, e devido a isso, começa uma potente investigação sobre o personagem dos pesadelos do filho e, junto a isso, uma batalha interna se desenvolve, em torno da questão religiosa, onde a fé anglicana de Bruce, consolidada em dogmas inalteráveis há séculos é posta a prova, em virtude do que acontece com o pequeno James, seu filho.

E, é através dessa busca, que passamos a conhecer a rotina, os familiares e os costumes da família Leininger. E, mais do que isso, nós somos apresentados às histórias de vida e morte dos combatentes do esquadrão do piloto James.

Em busca de explicações sobre o que acontecia com seu filho. Bruce traz de volta a várias famílias, entes queridos, que de certa forma, nunca tinham sido enterrados. Esse pai retira esses personagens do anonimato dos memoriais de guerra e os revive dando-lhes nomes e histórias de antes e durante a terrível guerra.

A Volta, não é o primeiro, e com certeza, não será o último romance a querer comprovar “cientificamente” a reencarnação, mas também, não é isso que ele se propõe. O que sinto, é que foi escrito por uma família que precisava falar, expurgar definitivamente os pesadelos acometidos a seu filho durante anos e, com isso, talvez, ajudar outros pais, que possam passar por experiências similares.

E quando é lido, despido de qualquer tipo de preconceito, a favor, ou contra, é um belo livro, como disse antes, uma singela história de amor.

_________________________________________________________________
Sobre o Clube do Livro:

Passeando pela web, descobri o blog da Sam - a vida como a vida quer e no post book Crossing ou Clube do Livro? , soube que a Sam estava organizando um. Quando mais jovem, adorava participar deles, e fiquei imensamente feliz, em saber que tinham esses clubes on line.

O primeiro livro a ser debatido foi o livro A Volta - A incrível e real história da reencarnação de James Huston Jr. de Bruce e Andrea Leininger com Ken Gross, da Best Seller. O livro conta a história de um menino da Louisiana, James Leininger, que aos 2 anos começa a ter pesadelos e lembranças de sua vida passada como o piloto da marinha James Huston Jr, morto em 1945 em Iwo Jima.

O grupo editorial da Record fez a gentileza de enviar um exemplar para cada participante. O que me deixou ainda mais feliz!

Para quem quiser saber mais sobre o clube e o livro, indico os links abaixo:

11 de out. de 2009

E o Cartão Vermelho vai para:

A Mari, do Cartas para Bial e a Lily do Coisas de Lily me convidaram para uma brincadeira: listar as 10 coisas que merecem levar um cartão vermelho. Nossa, ultimamente, em meu estado de tolerância zero, dez coisas vão ser pouco!

1. Metro cheio! Eu odeio muito! O metro, em horário de rush, desafia a lei da física que diz, que dois corpos não ocupam o mesmo espaço! Se você levantar o braço, não dá para abaixar mais, ou se levantar o pé, vai fazer a viagem toda que nem Saci pereré, num pé só.

2. Filas. Não importa o local, o dia ou a hora. Se eu entrar em uma fila, pode apostar, ou o caixa vai ser trocado, ou vai ser hora da contagem do dinheiro, ou da troca da fita, não importa, escolhi a fila, esqueça, que ela vai parar por no mínimo 40 minutos.

3. Acordar cedo. Eu odeio acordar cedo, mas tenho um filho de 3 anos. Complete a frase...

4. Pessoas que me olham torto, fazem piadinha, ou me usam como ponto de referência, por que estou gorda. A vontade que tenho é de chegar junto, e falar que minha obesidade é contagiosa, transmitida por fluídos corporais e só para sacanear, começar a espirrar e tossir na pessoa.

5. Falta de tempo. Outro dia fiz as contas, se o meu dia tivesse mais 12 horas, ainda assim, estaria atrasada em quase quatro para fazer tudo o que tenho que fazer!

6. Lavar roupa. Ainda mais com uma máquina que resolveu que só lava três peças de cada vez, colocou uma quarta e o motor não roda, e eu tenho que ficar implorando a fdp para funcionar, ou então, girando o motor na mão.

7. Atividades de casa. Definitivamente, não sou uma Amélia. Odeio varrer, passar, lavar, só gosto de cozinhar, e ainda assim, dia sim, dia não. O que salva a zorra total aqui em casa, é que o marido ajuda muuuuito.

8. Casa com prazo de validade. Funciona assim, renovou o contrato de aluguel, a casa começa a quebrar. É a pia do banheiro, o encanamento da cozinha, a tinta da parede... Às vezes, acho que é um complô, os eletro-eletrônicos e outros daqui de casa se rebelaram e estão construindo uma guerrilha doméstica. Tenho pesadelos horríveis, onde me vejo acordando um dia, presa pelo fio do ferro de passar...

9. Fazer dieta. Preciso falar mais alguma coisa?

10. Pessoas chatas, que falam me segurando, mijando, gozando, ou repletas de gírias. Em outro post, tem uma lista de coisas que me irritam, e que também merecem muitos cartões vermelhos...

E para dar sequência à brincadeira, escolho os seguintes blogs: