30 de abr. de 2011

Sobre Lagartas e Borboletas

Eu gosto de borboletas. De toda a simbologia que esse inseto representa.Um dia lagarta, rastejando e ocultas nas folhas e flores. Insignificante e indesejadas na maioria dos jardins. Que um dia, se enovelam em si mesmas e após um longo repouso, desnudam-se em um doloroso processo, abrem asas e cores e alçam vôos indescritíveis, suas asas refletindo as cores do arco-íris.

Sempre me senti lagarta. Presa no chão, gostando de me ocultar nas folhagens. Ser invisivel é um sonho de consumo, dizia. Capaz de me desnudar nas palavras, mas tímida, preferia-me oculta na tela.

Mas, há algum tempo, essa lagarta aqui, começou a se enxergar, através não de seu olhar, mas de outros e outras, um processo que começou há mais de 10 anos, inicialmente um jardineiro solitário, que insistia em achar aquela lagarta diferente das outras, que por ali circulavam.

A esse olhar, juntaram-se outros, ou melhor, outras, algumas lagartas também, outras que já se ensaiavam borboletas, algumas, borboletas completas que pairavam com suas cores. E, esses olhares, mostraram a aquela lagarta que insistia ser, que poderia ser diferente, que dependia dela a mudança. Mesmo que fosse pequena, mesmo que parecesse insignificante para o mundo. 

E essa lagarta que se sentia tão tranquila no seu pequeno mundo. Que acreditava que ser lagarta era bom, percebeu que podia ser diferente...

Ontem, essa lagarta decidiu ser borboleta, e ainda, que timidamente, começou expor suas asas...
E, tudo isso, se deu, não graças a um/a predador, que atacou uma das que já eram borboletas. É dar muito poder a quem não merece. Mas, não dá para negar, que foi um fator reagente. Que fez lagartas encolhidas, deciderem virar borboletas e todas, abriram suas asas num lindo espetáculo de cores e vida no blog da Fernanda Reali. 

E, eu se fosse você, iria lá ver, e quem sabe, abrir suas asas também...

Ah, claro, essa lagarta aqui, agora borboleta, quer mais, agora ela quer voar!

29 de abr. de 2011

Estou esperando, Nave Mãe!

As vezes eu queria que a nave mãe finalmente viesse. Sério, tem horas que não sei se sou daqui, ou de algum outro lugar. Enxergo as coisas diferentes. Sensações, comportamentos. Gosto dos gauches.

Um dia, e lá se vão tantos anos, fui chamada de esquizóide por um grupo, que hoje seriam denominados de bulliyng, numa singela viagem feita a um seminário de psicologia em João Pessoa.

Eu não era igual aquelas meninas, de nomes, rostos, corpos e mentes idênticas. Eu queria o avesso. O que elas jamais desejariam.

Eu estava lá, e era como se não estivesse, o estar e não ser no ambiente. Engraçado. Invisível era o que desejei na época. Como desejo hoje.

O cômico que fui quem salvou a patricinha em coma alcoólico na viagem de volta. Segurei cabelo, limpei roupa e entornei goela abaixo um preparado de café com glicose. Velei a alcoolizada até o fim da viagem.

De volta a faculdade, não houve agradecimentos, tampouco reconhecimentos, continuei sendo aquela que não existe. Mas, nunca me importou de fato.

Se fosse resumir quem sou em letra e música seria a Senhas de Adriana Calcanhoto.

Nessa urgência de fugir do óbvio, virei comunista. De filiação, peito estufado e a certeza de que mudaria o mundo. Ô céus, é impossível mudar o mundo, quando não se muda nem a si mesma! 20 anos depois, essa é a única lição que guardei. E a lembrança das porradas.

Porque algumas vezes apanhei da polícia de FHC. Uma quando ministro. Outra, quando presidente. E não, não falo isso com orgulho, nem vergonha, ou melhor, vergonha alheia talvez. Até por que desses conflitos, levo um tendão danificado na mão direita como lembrança dolorosa. Um dia conto isso aqui, ou não. Não sei bem se isso é importante.

E nesses anos todos de ser quem não conseguia ser igual, só queria a nave mãe vindo me buscar.  É impressionante como a solidão é maior quando se é uma ilha.

27 de abr. de 2011

Verdades Imperfeitas

Ora, querida, mas nem tudo é sobre você. Nem tudo é você. Sabe, existe vida lá fora e pessoas sofrem também. Telefones não tocam sempre. Ou e-mails simplesmente não acontecem. Sabe, meu bem, existe um oceano de lágrimas sendo derramado todos os dias por tantas, ocultas nas telas do pc, você é apenas mais uma, ok?

E a vida? a vida segue adiante sem piedade, mas também sem ser cruel. Por que ela é apenas isso: Um dia depois do outro. Nada mais. Não existem desígnios, destinos, acasos... ah, o acaso... o acaso também pode ser sinônimo de coincidência, ou não... Depende de você, do que acredita. Por que isso, bem, isso é seu.

Mas, o resto, não, não é sobre você. Não é porque você é você.O mundo te ignora, querida. Não o mundo-pessoas, essas podem te ignorar ou não. Mas a mundo-vida, esse apenas segue o seu curso. Você é um nada, mas pode ser tudo. Desde que não seja envolta em culpa. Nem tudo é sua culpa, nem tudo é por sua causa. Às vezes, as coisas simplesmente acontecem.

Por isso, entenda, ninguém vai vir ofertar colos agora. Nem secar suas lágrimas. Nada vai dizer qual o caminho a ser percorrido. Nem eu. Por que eu, bem, eu sou apenas você, desfeita em lágrimas, no espelho do banheiro. Não posso te ajudar em nada, tampouco promessas. O que posso fazer por nós duas, é te dizer que daqui a pouco a noite vai terminar, o dia vai clarear e querendo ou não, tudo, tudo vai continuar a ser exatamente como sempre é, apenas mais um dia. Então, enxugue as lágrimas mais uma vez e siga em frente.

25 de abr. de 2011

Dieta da Crise

Coisa que não consigo entender é como pode ser tão difícil perder peso e estupidamente fácil perder dinheiro. Pra perder cinco quilos, demoro mais de mês, mas gasto cinco reais, só de olhar a prateleira do mercado!

Gerente de banco sugere um consultor financeiro, o médico, um nutricionista. Bom seria encontrar um meio de caminho, onde consiga perder calorias e ganhar dinheiro na mesma proporção!

Alias, existem dois momentos que consigo fazer dieta sem problemas, no inicio do mês, onde a entrada do salário me permite almoço no quilo, e saladas e grelhados auxiliam na busca do peso perfeito, perco peso, mais na carteira, do que em medidas na cintura, infelizmente...

O segundo momento que consigo fazer dieta, é do meio do mês em diante. Quando meu saldo bancário atinge as mesmas medidas da Gisele Bunchem, mínimas.  

Aliais, esse é o único momento onde a quantidade de calorias ingeridas e a quantidade de dinheiro que tenho e conseqüentemente, posso gastar, se equiparam. Quase não gasto e também quase não como.

Ração humana? dieta das papinhas? Que nada, o segredo é miojo! No almoço, no jantar e rebatendo tudo, um café preto! Se essa dieta não der certo, minha amiga, desista e entrega para Deus.

Ou melhor, para algum santo. Atualmente, apelo pra Santo Expedito, padroeiro das causas impossíveis., mas acho que até ele já sacou que reverter meu saldo negativo e o positivo ao extremo dos meus pesos adquiridos, exacerbou a sua alçada...

23 de abr. de 2011

Sequestrando o Coelhinho da Páscoa!

A @FernandaReali organizadora da Blogagem Coletiva esmaltística, propôs pintassemos azunhas de chocolate em homenagem a Páscoa e além disso vai premiar a melhor foto!

Claaaro que eu não poderia ficar de fora e a minha contribuição para essa blogagem é o "Sequestro do Coelho", com as unhas poderosamente (cof! cof!) pintadas com o Dolce Vida da Avon e arrematadas com Quartzo Rosa da Colorama!

Quer ver mais fotos Leeeindas dazunhas da mulherada? Vai lá no blog  da Fernanda!

E para todos os que por aqui passam: Uma Páscoa repleta de Paz, Amor e muita alegria!

20 de abr. de 2011

A Calça

Tudo estava indo mais ou menos, até a hora da calça. O que está acontecendo? Que calças são essas que estão sendo vendidas por aí?

- Querida, tem essa calça no número 48?

A vendedora me olhou como se fosse anomalia. Número 48? Fez questão de repetir, acrescentando uma exclamação no final da interrogação. Meio constrangida, confirmei o pedido. E fiquei aguardando ela ir até o estoque, quase imaginando o dialogo dela com a gerente:

- Está vendo aquela mulher ali? Ela quer número 48!
- Número 48?! Que absurdo! Será que ela não sabe que é proibido?
- E o que faço?
- Ah! Dá esse 46 aqui e diz que é tamanho grande.

Ela volta, com uma calça 46, que só no olho, vejo que não passará da minha coxa esquerda, mas tudo bem. Decido tentar.

O vestiário é quente, apertado e com uma cortina que não fecha. Ou melhor, fecha se eu não entrar. Espremo-me de qualquer jeito, fazendo malabarismo para tirar a roupa e vestir a calça, enquanto seguro a cortina. Lá pelas tantas desisto, minha bunda ficando do lado de fora E só consigo pensar que ainda bem que resolvi colocar uma calcinha decente.

Olhando meu corpo nu no espelho da cabine, penso seriamente em desistir da calça e comprar uma gilete, para cortar os pulsos, é claro.

Provadores tem como característica uma perfeita combinação de luz e visão que permitem enxergar cada celulite e varizes que a gente negava tão veementemente a existência. Na verdade, ali, naquela cabine apertada, tenho consciência de cada célula adiposa do meu corpo.

Com dificuldade, consigo colocar a calça. Ou melhor, quase. Pois a calça não passa do meu quadril. Volto à vendedora.

- Essa calça está com defeito.
- Como?
- O cós, está muito curto, olha só. Não chega até a cintura...

Novo olhar de "essa mulher é louca!"

- Esse é o modelo dela...

- Mas, minha calcinha fica aparecendo. Ou melhor, meus pêlos pubianos ficam aparecendo! Será que não tem um outro modelo, mais tradicional?
- Querida, por que você não vai a uma loja especializada?
(- Especializada em quê? Em atendimento ao cliente?)
- E que a nossa loja não costuma ter roupas assim, - faz uma pausa, na qual eu bem poderia enforcá-la – para pessoas assim, como você...
- Como eu, como? - dou uma olhada nos meus braços e pernas. - O que eu tenho de diferente?
- É que a senhora é assim, sabe, meio gordinha e a loja não costuma ter produtos para pessoas assim... sabe...

E, é nessas horas que você saca o seu melhor sorriso, dá uma boa sacudida nos cabelos e diz, entredentes:

- Interessante, mas tem roupas para pessoas, tipo assim... você?
- Eu? tipo eu, como? - ela pergunta, insegura.
- Tipo assim, idiotas.

E saio, sem a calça, mas me sentindo quilos mais leve.

17 de abr. de 2011

Pequeno Parábola Afetiva

Encontrei um amor ontem. Estava ferido e caído no meu jardim. Com muito cuidado, levei-o até minha casa, arrumei um lugar provisório para que ele ficasse confortável.

Costumava ver amores brincando do lado de fora da minha janela, muito ocupada, nunca me preocupei em ter um lugar reservado para ele, por mais que minha mãe sempre dissesse que amores sempre aparecem e por bem é sempre bom ter um lugar guardado para ele.

Cuidei para que não tivesse fome, alimentando-o com pequenas porções de afetos, comida predileta dos amores, e iguaria muito difícil de achar, sorte que tinha guardado um pouco da época que meus sobrinhos estiveram por perto.

Pedi também a todos que fizessem silêncios, ou não sendo possível que falassem baixo, quase sussurrando, amores feridos não gostam de frase ásperas, tampouco tons elevados.

Tive que me policiar para não ficar vigiando-o toda hora. Mesmo quando estão bem, amores não gostam de muito controle, é claro que não podemos também ignorá-los, o ideal é mostrarmos que estamos presentes e que a hora que eles quiserem, estaremos ao lado deles.

Durante dias cuidei do amor ferido, ora alimentando-o com afeto, ora contando estórias com finais felizes. Excelente e eficiente remédio, pequenas doses diárias, ajuda no processo de restabelecimento, além de fortalecer o amor e evitar que ele se fira novamente. Quando juntamos estórias com finais felizes a abraços apertados e beijos demorados, o cura dar-se-á ainda mais rápido.

Uma manhã não encontrei mais o amor no lugar que havia deixado. Procurei por todos os cômodos, mas não o achei mais. Então percebi que ele estava curado e havia partido, como todos os amores. Não digo que não fiquei revoltada. Nesses dias todos, havia me afeiçoado a ele, acostumada a tê-lo sempre ao meu lado.

E além de tudo, ele partira sem sequer se despedir. Lágrimas encharcaram meus olhos e me prometi nunca mais trazer um amor ferido para casa. Melhor que morresse no jardim, repetia para mim mesma, enquanto ia juntando tudo que um dia fora dele.

Qual não foi minha surpresa quando olhei pela janela e o vi, brincando no sol de primavera que inundava meu jardim! Que grande tola, eu tinha sido, chorando como uma boba, esquecendo que o amor não suporta ficar prisioneiro e é preciso a liberdade de um jardim ensolarado para que ele cresça e se fortaleça ao nosso lado.

13 de abr. de 2011

A Mão que Balança o Berço:

Você atende o celular, do outro lado da linha, alguém da suas relações comerciais:
- Oi querida, desculpa te ligar assim, mas você conhece Fulana?
- Fulana? Conheço, por quê?
- Você está trabalhando com ela em sociedade ou coisa parecida?
- Na verdade, eu não curto Fulana. Nem a vejo há meses!
- Hummm... Olha, Fulana teve aqui a cerca de um mês com uma peças muito parecidas com as suas e as de sua sócia...
- Juura? Bem, isso não é de estranhar, Fulana se aproximou de mim, fingindo amizade e elogiando minha peças e de minha sócia.  Mas, alguma coisa me soou meio forçada... Minha sócia, mais boazinha, ensinou ela algumas coisas que fazia... E contra minha vontade, vendeu algumas coisas minhas para ela.
- Pois então, foi isso! Ela comprou suas coisas, copiou IGUALZINHO e foi atrás das lojas onde você vendia! Você sabe que ela está montando uma "loja" na Internet, não é?
- Ela pediu para eu ensinar para ela, mas  pulei fora! 
- Pois saiba que ela observa seu site todo dia e te copia em tudo!!!
- Sério? Que horror...
- Olha, abre o olho, que assim como ela veio trazer peças "dela" para aqui, Fulana bem pode começar a entrar em contato com seus clientes da Net!
- Mas isso seria doentio...
- Eu não duvido de nada...

A conversa foi real, e a  "Mão que Balança o Berço" é uma pessoa real, que volta e meia, tenho o desprazer de esbarrar. Dai eu pergunto, o que leva alguém a invejar e querer copiar outra pessoa, que tá com a vida à beira do precipício?! Sei lá, se eu fosse linda, loira, ryca e magra, até entenderia a obsessão,  mas me invejar a esse ponto... Sai prá lá! Vou tratar de comprar sal grosso, carvão e pedir muita proteção! Credo!

10 de abr. de 2011

Silêncios

Hoje estou precisando de silêncios. Silêncios profundos e absolutos. Por favor, tirem os sapatos ao entrarem e pisem nas pontas dos pés. Sussurrem apenas. Nada de vozes altas, tampouco gargalhadas estrondosas.

Não é dia de risos. Acarpetei a chão. Colei isopor nas paredes. Vedei janelas e portas. Emudeci o telefone. Silenciei a televisão. Silêncio. Nada de sons. Nada de músicas que me façam querer cantarolar baixinho. Nem de poesias, que me induzam a recitá-las em voz alta. Absoluto nada no ouvido.

O silêncio hoje não entra como opção, e sim como necessidade. Façam, então, por favor, silêncio. Pois a dor que vive em mim, ameaça a despertar a qualquer momento.

7 de abr. de 2011

LUTO: 7/04/ 2011 O Dia que nunca será Esquecido

Era para hoje ter um post aqui falando do #CulpaZero. Mas, infelizmente, hoje não é um dia zerar as culpas, mas apontar culpados. 

Acordei com a notícia de que um louco invadira um colégio público do RJ e atirara contra alunos e professores. 

Meu filho estuda em um colégio público, minha mãe e amigas dão aula em colégios públicos, durante os segundos - que pareceram infinitos - que levei para descobrir em qual colégio se dera a tragédia, não consegui respirar! Meu marido já trocando de roupa para corrermos ao colégio do pequeno. 

Depois de descobrir que, felizmente, para a gente, ninguém que amávamos estava em risco - foi que comecei a pensar naquelas mães, professoras, funcionários e alunos daquele colégio. Foi inevitável chorar, sentada em choque em frente a tevê. Pedindo por aquelas crianças e pais... 

O silêncio na porta do colégio do meu filho deu a dimensão da tragédia. As portas fechadas do instituto, o olhar choroso e de pânico das mãe e pais na porta diziam o quanto essa data ficará marcada para sempre em todos nós. Amanhã meu filho não vai pro colégio. Pode ser bobeira, mas até saber bem quem e o quê motivou esse louco, e se ele tinha "seguidores" ou não, quero filhotinho a salvo do meu lado!

Alguém no twitter comentou que todos que votaram a favor das armas de fogo no plebiscito tem as mãos sujas do sangue dessas crianças. Eu vou mais além - traficantes, usuários que compram drogas desses traficantes, polícias e políticos corruptos que fazem vista grossa ao tráfico e a distribuição das armas de fogo, todos esses estão respingados desse sangue... Por que se não fosse tão fácil comprar uma arma -entre R$ 30,00 e R$ 100,00 na favela mais próxima! -talvez não estivéssemos hoje em choque e em luto!

6 de abr. de 2011

Que não é o que não pode ser

Que não é o que não pode ser que
Não é o que não pode
Ser que não é
O que não pode ser que não
É o que não
Pode ser
Que não
Titãs -  O Que

O mais estranho é que eu não consigo sentir raiva, medo ou quaisquer sentimentos negativo. Sinto pena, e embora esse seja um sentimento não tão bom, é melhor do que os outros dois.

O que lembro foi que me apaixonei pela escrita, pela forma de encarar a vida sem medos (hoje vejo o quanto isso era falso), de abraçar causas e lutar por elas de maneira tão veemente, que a gente ia junto com tanta vontade e tão convictos, que parecia que poderíamos mudar o mundo.

Foi com ela que abri coisas que só poucas e restritas pessoas do lado de cá da telinha, tiveram acesso. E foi por ela, que arrumei coragem para desnudar meu peito, confrontar e abrir os braços para uma pessoa tão importante na minha vida, mas que o meu preconceito estava afastando. 

Foi com ela que descobri que tinha preconceitos. Entranhados, escondidos, disfarçados... E foi por ela que fui quebrando um a um.

Então, ela não é de verdade, apenas um personagem. Um fake, como se diz por ai. E só consigo pensar: que pena! Eu seria sua amiga de qualquer maneira... Com máscaras, sem máscaras, com família de propaganda de margarina ou de filme de Almadôvar. Mas, ela não é real.

Não sei o que a levou a fazer isso, construir toda uma vida falsa durante tantos anos. Enganar tantas pessoas, fazer se apaixonar outras... Na minha cabeça vem o termo Psicopatia Social. O psicopata “corriqueiro”, que vemos em filmes e noticiários da tevê, elabora, constrói histórias e enredos para no final, vitimizar alguém, fisicamente na maioria das vezes.

O Psicopata Social faz a mesma coisa, só que não mata (fisicamente falando) suas vítimas, mas a destrói afetivamente. Durante meses, quebra barreiras, seduz e quando exerce seu poder total sobre a vítima, o jogo fica sem graça e é hora de começar tudo novamente...

A Internet é terreno fértil para esse tipo de psicopatia. Não foi o primeiro caso, nem o segundo, tampouco o último que leremos e veremos por ai.

Confiar, desconfiando, já dizia minha sábia avó. E eu completo, cuidando apenas para não virar uma paranóia e de repente, todos virarem seus “possíveis” predadores. Por que isso também é uma psicopatia...

Outros falaram sobre isso, dois posts gostei muito: Dele - Lágrimas de Crocodilo e Dela - Um Pouco de Mim

2 de abr. de 2011

Qual é a sua, TPM?

Quando você tem mudanças hormonais bruscas, sua social se resume a uma semana no mês. Por que ou você está com a tradicional TPM ou está na TPréM ou com TPósM. 

Resumindo: o seu caos emocional começa dez dias antes da menstruação,  passa por todo o ciclo e encerra em forma de hecatombe alguns dias depois. 

Você sabe que a coisa ta começando a feder, quando do nada, assim, dentro de uma sala de reunião, apresentando o projeto para o novo cliente, seus olhos começam a lacrimejar. Usando a desculpa de olhos ressecados devido ao ar condicionado, corre pro banheiro e chora. Um choro longo e angustioso, onde todos os fatos terríveis que te aconteceram durante toda a vida passam por seus olhos. Saca, o dia em que seu cachorrinho teve que ficar com a patinha imobilizada, láaaa nos seus longíquos seis anos? Pois é, você começa a lembrar e chora. Chora pelo primeiro fora, pela primeira transa, pelo final de Titanic entre outras coisas, e quanto mais você tenta se controlar, mais você chora. De soluçar, escorrendo no ladrilho, igual protagonista de novela mexicana.

E são três dias assim. Olhos vermelhos e úmidos como as cataratas de Iguaçu. Um bom dia ou um boa noite diferente e você chora....

Mas ai, subitamente as lágrimas secam e uma fúria assassina começa a se apoderar da sua alma. Como assim ele não sabe qual o perfume que você usava no primeiro cinema juntos? Tudo e todos te irritam. Mãos suadas, voz aguda, elevadores que param em todos os andares, demora na entrega da correspondência, restaurantes lotados... O mundo é uma selva e você está prestes a dar o bote. TO-DO-TEM-PO...

Então, um dia você acorda e o mundo todo conspira CONTRA você. Claaaro que o namorado poderia adiar aquela entrevista, ele não sabe que você está deprimida e daí, que o entrevistado nunca falou com a imprensa e só tem mais uma semana de vida? 

E a secretaria nova da empresa, só foi contratada para mostrar o quão velha e gorda está, afinal, ela é mais jovem e infinitamente mais bonita que você! 

Dessa maneira, nessa semana, a cafeteira vai quebrar no momento em que você for pegar um café, o elevador vai pifar com você dentro, o computador vai ser atacado por dezenas de vírus e destruir todos os seus arquivos .doc! E principalmente, você engorda! Terríveis muitos quilos, que te aumentam minimamente três números!  Sim nessa semana, 2012 é djá!


E quando você e as pessoas ao seu redor, começam a pensar em cortar SEUS pulsos, tudo acaba. Numa calmaria deliciosa, que durará, se tudo der certo, exatos sete dias!