29 de set. de 2008

Ausências

Não foi crise, não foi têdio, nem falta de tempo. Ganhei um brinquedinho novo do marido e estou amando aprender a mexer nele, ou melhor nela!!!!

E com minha mais nova amiga, já fiz coisas lindas para vender, espia um pouco aqui e se quiser vai lá e veja minhas mais novas criações (e, as antigas também).








São almofadas/sachê - vêm com cheirinhos que estimulam uma boa noite de sono - a infantil, vem com macela (a flor macerada).


E só para lembrar, aceito encomenda e entrego em qualquer lugar do país.

21 de set. de 2008

Pequenos Defeitos: (in)Felicidade

Ela sabia que poderia ser feliz se enxergasse a vida com olhares menos carregados de nãos, se pudesse, pelo menos por alguns instantes, acreditar em livros de auto-ajuda.

Ela seria feliz com certeza, se fosse capaz de acreditar em fadas, duendes, fantasia e príncipe encantado. Se carregasse menos incertezas na face e menos impossibilidades nas mãos. Se ela se ativesse mais nos sonhos e menos no despertar. Ah,sim! Ela seria muito feliz.

Se o coração batesse menos descompassado, se a cabeça não girasse tanto repleta de ansiedades, se fosse capaz de enxergar o fim do arco-íris, se tivesse uma flor amarela na janela... A felicidade faria parte da sua vida, ela sabia.

Sabia também, que se não soubesse tanto, se intuísse mais, se cantarolasse àquela canção romântica, se não se preocupasse tanto com as calorias consumidas, e não se importasse com o sumo da fruta escorrendo no queixo, a felicidade seria a companheira de todas as horas.

Mas o que ela sabia de verdade, era que talvez se não falassem tanto que ela deveria ser feliz, se a felicidade não ficasse tão exposta em banca de revista, se não a transformassem em produto obrigatório, talvez, ela até pudesse ser feliz. No entanto, com tudo isso que sabia, ela não sabia ser.

17 de set. de 2008

Pequenos Defeitos: Impaciência

A impaciência nela existia como um verme que corroia sua paz. Ela não sabia esperar. Muitas vezes, não sabia o quê esperar. E no entanto, a agonia, a vontade de ter as respostas, para perguntas que, muita vezes, nem formuladas foram...

Dentro dela, um vulcão em estado de perpétua erupção. Queimando etapas, destruindo planos, atropelando falas, calando atos... E tudo que ela queria era saber esperar. Calmamente, num banco de praça. As mãos sobre o colo, sem pressa, esperaria que ele se declarasse, que a vida melhorasse, que as oportunidades acontecessem...

Mas nada era assim, no segundo seguinte do que poderia ter sido, ela já queria ter ou ser, não importa. Ela queria o amanhã, quando o ontem ainda desfilava em suas retinas. Queria o futuro preso em cadeias de planos intermináveis e nem percebia que era areia da praia e escorria por entre os dedos.

Arrastava-se em meio a tempestade, porque não conseguia aguardar a calmaria. Perdia-se em brumas do impossível, eternamente desejando o impalpável. Sedenta demais, mas incapaz de ver o rio.

Talvez um dia ela aprenda a arte da paciência, mas enquanto isso, ela tambolira nervosamente os dedos na mesa e fuma cigarros intermináveis, esperando o que não deveria ser esperado.

8 de set. de 2008

A Carta

Estranho receber uma carta. Na era de e-mails, mensagens e torpedos em celular, eis que ela surge na minha caixa de correspondência. Quando vi seu nome no remetente, mas surpresa fiquei, você que desapareceu na neblina em uma tarde qualquer de setembro, surge assim, inesperadamente em um envelope branco.

Na carta você me pergunta como estou. O que mudou depois de tantos anos. Penso em o que dizer. Que mudei. O cabelo. As rugas, agora mais fundas. O olhar. Ainda traz o brilho que te encantava, mas ando percebendo traços duros neles. Amadurecer causa essas coisas. A alma carrega cicatrizes que só o tempo para fazê-las desaparecer.
E os sonhos? - Você quer saber. Por onde andam? Não sei se essa é a melhor resposta, mas ainda ando tentando tocar nas estrelas, caminhando em direção ao arco-íris. E por maior que sejam as escadas, insisto em galgar os degraus.

Na primavera ainda me visto de flores, mas ultimamente, está sendo difícil colher margaridas, e caminho por bosques transbordando verdes e aromas silvestres. Quando o sol rebenta no céu. Inundando de amarelo, humores e estradas, parto para o mar, onde cavalgo ondas e naufrago em ilhas dispersas.

No outono, aquieto-me embrulhada em secas folhas. E tinjo o horizonte de marrom, retirando aos poucos as cores da retina. E nos dias cinzas. Quando toda a cidade se dilui em frases curtas e aeradas, abro as cortinas da casa e tomo banhos de chuva. Embriago-me de silêncios. Longos, assim como o seu.

Talvez acredite que enlouqueci quando ler essa carta. E é bem provável que seja isso mesmo. Mas, acredito que nos dois enlouquecemos. Afinal, quem em tempos de internet e modernidade ainda manda cartas? Se tivesses escrito um e-mail, diria que a vida ainda é a mesma coisa, muitas contas e problemas. Não falaria de sonhos e nem de estrelas. O teclado não permite arco-íris, tampouco banhos de chuva em tardes tempestuosas de verão.

4 de set. de 2008

Cotidiano

- Mãe, qué seu colinho.
- Vem filhote.
- Blarghhhhh – é, isso foi um jato de vômito

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Entrar num metrô tão cheio, mais tão cheio, que quem levantava o braço para se segurar, não tinha espaço para descer, e, claaaaro, fiquei debaixo de uma axila mal-cheirosa a viagem inteira – leia-se nove estações!!!! (não, não havia como me mexer, que dirá mudar de lugar).

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Se algum político prometer aumentar o dia em mais duas horas, pelo menos, eu voto nele!

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Na tv o homem esbravejava falando mal de tudo e de todos, prometendo fazer tudo diferente. Filhote brinca tranqüilo no chão da sala, de repente, olha sério para a tv, parecendo prestar atenção no vozerio do homem e brada: - Fica quieto, cachorro levado!

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De todos os meus defeitos, a timidez é o pior, metade das pessoas me acham arrogante, a outra metade, esquisita...

1 de set. de 2008

Sobre heróis e outros insetos

Heróis podem ser vilões. Tudo depende do ponto de vista de quem está contando sua história. Para os vencedores, o herói merece louvores e comemorações, para os que sofreram a derrota, o cara é um "cretino, miserável e insensível".

Aos olhos da barata, por exemplo, você é um assassino cruel e implacável. Dotado de uma superioridade física, ainda assim, é incapaz de um gesto magnânimo, preferindo condenar à morte o pobre inseto. Que na maioria absoluta das vezes, só estava passando por ali por acaso.

Mas, para sua esposa... Ah, para sua esposa, você com sua arma mágica em forma de sandálias havaianas. Para essa, você atinge o status de Alexandre, O Grande.

Depois do grande combate, você pode usufruir de todas as benesses que os heróis merecem. É a comida predileta, a cerveja na temperatura certa e é claro, você poderá assistir todo o primeiro tempo do jogo sem ouvir um único esporro, dependendo do tamanho da barata, sua esposa nem irá reclamar dos pés no sofá.

Por isso, você não titubeia, quando ouve o apavorante grito que vem da cozinha e parte, cavalheiro galante, havaianas em punho, pronto a resgatar a gentil princesa das garras do terrível e monstruoso dragão!

E, quando você está lá, já ante-saboreando todas as vantagens que irá usufruir após o heróico assassinato, eis que surge sua filha de onze anos, àquela que acaba de entrar naquela fase em que você começa a renegar a paternidade.

Pois é, ela mesma, com uma latinha de spray na mão e com um único e certeiro jato, põe por terra todo o alicerce da supremacia masculina, é o fim da era dos heróis.


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Jabá du bom
Uia, tem coisa nova lá no meu outro blog. Essas duas ai, são só o aperitivo. E, só para lembrar, aceitamos encomendas.