1 de set. de 2008

Sobre heróis e outros insetos

Heróis podem ser vilões. Tudo depende do ponto de vista de quem está contando sua história. Para os vencedores, o herói merece louvores e comemorações, para os que sofreram a derrota, o cara é um "cretino, miserável e insensível".

Aos olhos da barata, por exemplo, você é um assassino cruel e implacável. Dotado de uma superioridade física, ainda assim, é incapaz de um gesto magnânimo, preferindo condenar à morte o pobre inseto. Que na maioria absoluta das vezes, só estava passando por ali por acaso.

Mas, para sua esposa... Ah, para sua esposa, você com sua arma mágica em forma de sandálias havaianas. Para essa, você atinge o status de Alexandre, O Grande.

Depois do grande combate, você pode usufruir de todas as benesses que os heróis merecem. É a comida predileta, a cerveja na temperatura certa e é claro, você poderá assistir todo o primeiro tempo do jogo sem ouvir um único esporro, dependendo do tamanho da barata, sua esposa nem irá reclamar dos pés no sofá.

Por isso, você não titubeia, quando ouve o apavorante grito que vem da cozinha e parte, cavalheiro galante, havaianas em punho, pronto a resgatar a gentil princesa das garras do terrível e monstruoso dragão!

E, quando você está lá, já ante-saboreando todas as vantagens que irá usufruir após o heróico assassinato, eis que surge sua filha de onze anos, àquela que acaba de entrar naquela fase em que você começa a renegar a paternidade.

Pois é, ela mesma, com uma latinha de spray na mão e com um único e certeiro jato, põe por terra todo o alicerce da supremacia masculina, é o fim da era dos heróis.


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Jabá du bom
Uia, tem coisa nova lá no meu outro blog. Essas duas ai, são só o aperitivo. E, só para lembrar, aceitamos encomendas.


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