5 de jan. de 2014

Saber Ser

Ela sabia que poderia ser feliz se enxergasse a vida com olhares menos carregados de nãos, se pudesse, pelo menos por alguns instantes, acreditar em livros de auto-ajuda. 

Ela seria feliz com certeza, se fosse capaz de acreditar em fadas, duendes, fantasia e príncipe encantado. Se carregasse menos incertezas na face e menos impossibilidades nas mãos. Se ela se ativesse mais nos sonhos e menos no despertar. Ah,sim! Ela seria muito feliz.

Se o coração batesse menos descompassado, se a cabeça não girasse tanto repleta de ansiedades, se fosse capaz de enxergar o fim do arco-íris, se tivesse uma flor amarela na janela... A felicidade faria parte da sua vida, ela sabia. 

Sabia também, que se não soubesse tanto, se intuísse mais, se cantarolasse àquela canção romântica, se não se preocupasse tanto com as calorias consumidas, e não se importasse com o sumo da fruta escorrendo no queixo, a felicidade seria a companheira de todas as horas. 

Mas o que ela sabia de verdade, era que talvez se não falassem tanto em como ela deveria ser feliz, se a felicidade não ficasse tão exposta em banca de revista, se não a transformassem em produto obrigatório, em fórmulas perfeitas e redondinhas de como ser e proceder para ser feliz,  talvez, ela até pudesse ser feliz. No entanto, com tudo isso que sabia, ela não sabia se aquilo era o que queria ser.

2 comentários:

Fernanda Reali disse...

Muito bom. Postei trechos no twitter, pq amei. bjs

Maria Teresa Valente disse...

Saudade, abraços carinhosos