6 de abr. de 2011

Que não é o que não pode ser

Que não é o que não pode ser que
Não é o que não pode
Ser que não é
O que não pode ser que não
É o que não
Pode ser
Que não
Titãs -  O Que

O mais estranho é que eu não consigo sentir raiva, medo ou quaisquer sentimentos negativo. Sinto pena, e embora esse seja um sentimento não tão bom, é melhor do que os outros dois.

O que lembro foi que me apaixonei pela escrita, pela forma de encarar a vida sem medos (hoje vejo o quanto isso era falso), de abraçar causas e lutar por elas de maneira tão veemente, que a gente ia junto com tanta vontade e tão convictos, que parecia que poderíamos mudar o mundo.

Foi com ela que abri coisas que só poucas e restritas pessoas do lado de cá da telinha, tiveram acesso. E foi por ela, que arrumei coragem para desnudar meu peito, confrontar e abrir os braços para uma pessoa tão importante na minha vida, mas que o meu preconceito estava afastando. 

Foi com ela que descobri que tinha preconceitos. Entranhados, escondidos, disfarçados... E foi por ela que fui quebrando um a um.

Então, ela não é de verdade, apenas um personagem. Um fake, como se diz por ai. E só consigo pensar: que pena! Eu seria sua amiga de qualquer maneira... Com máscaras, sem máscaras, com família de propaganda de margarina ou de filme de Almadôvar. Mas, ela não é real.

Não sei o que a levou a fazer isso, construir toda uma vida falsa durante tantos anos. Enganar tantas pessoas, fazer se apaixonar outras... Na minha cabeça vem o termo Psicopatia Social. O psicopata “corriqueiro”, que vemos em filmes e noticiários da tevê, elabora, constrói histórias e enredos para no final, vitimizar alguém, fisicamente na maioria das vezes.

O Psicopata Social faz a mesma coisa, só que não mata (fisicamente falando) suas vítimas, mas a destrói afetivamente. Durante meses, quebra barreiras, seduz e quando exerce seu poder total sobre a vítima, o jogo fica sem graça e é hora de começar tudo novamente...

A Internet é terreno fértil para esse tipo de psicopatia. Não foi o primeiro caso, nem o segundo, tampouco o último que leremos e veremos por ai.

Confiar, desconfiando, já dizia minha sábia avó. E eu completo, cuidando apenas para não virar uma paranóia e de repente, todos virarem seus “possíveis” predadores. Por que isso também é uma psicopatia...

Outros falaram sobre isso, dois posts gostei muito: Dele - Lágrimas de Crocodilo e Dela - Um Pouco de Mim

11 comentários:

Pri Kiguti disse...

Patrícia,
passei por isso há pouco tempo!
Fiquei triste, parei de postar um tempo... Mas resolvi deixar como está!
Não respondi as provocações, não me justifiquei com quem acreditou que o lobo em pele de cordeiro era eu e nem contei para outros quem é a tal pessoa na verdade!
Só acho uma pena alguém não ser ninguém e achar que é!
Sem personalidade nenhuma, apenas uma cópia de tudo que ela gostaria de ser... Uma copycat, como dizem na América... Uma sociopata, com um passo para a psicopatia!
Que Deus nos livre delas e todo o mal que por ventura possam fazer!
Fique bem!
Beijo!
^^

Ana Paula Santiago (inventandocasa.blogspot.com) disse...

Eu não consigo sentir pena. Enganar tanta gente!!!
Até euzinh aqui!!!
Mas gostei do seu texo, temos que ter olhos abertos além do coração!!!
Bjs

Adriana Balreira disse...

Também me senti lesada, enganada como tantas por aqui. É uma pena encontrar pessoas assim mas que sabemos que tem um monte por aí. Como vc diz, vamos confiar desconfiando. Mas sem neuras, pelo amor de Deus.
Beijos
Adriana Balreira

Giuliana: disse...

Oi Paty,

Li o seu texto, e os outros dois, são essenciais para nos alertar ainda mais.
Vou ser sincera, a situação toda não me assustou, pois sempre deparamos com isso por aí, mas fiquei meio estarrecida de ver quantas pessoas foram afetadas, não de forma financeira, mas de forma a se fazer um pequeno ou grande estrago afetivo.
Fiquei chateada de lembrar o quanto muitos de nós, compartilhou de sua vida em posts que nos emocionavam.
Não sei o que sentir. Mas a única certeza que tenho é que olhos abertos e pés atrás sempre, mas sem deixar que a desconfiança vire uma constante a ponte de se tornar uma neurose.

Beijos

Mara disse...

Pat,
eu, como vc, não sinto pena.
queria entender.
eu tb teria sido amiga dela na vida real.
mas, como disse para o AndréV, não importa o que ela fez. não se sinta enganada. se ela te fez sentir coisas boas, fazer vc mexer em coisas que precisavam ser mexidas, tá ótimo.
Até onde eu sei, ela não lesou ninguém financeiramente e tals...
foi "só" afetivamente...
pena...

Elaine Gaspareto disse...

Patrícia,
Eu sinto pena, mas sinto raiva. E olha que ela nem era minha "amiga". Mas sinto porque vejo pessoas que gosto, como você, passando por isso.
Concordo muito quando você diz que não podemos cair no extremo oposto de achar um fake em cada letra digitada. Isso seria dar a gente como ela o gosto de destruir ainda mais. Eu existo, sou real, você també, já somos 2. E certamente tem centenas de nós por aí, reais e de peito aberto.
Lamento muito tudo isso, e fico triste. Ela perdeu a chance e agora temo que ela tenha se perdido de vez.

Querida, fique bem, tá? Um dia ainda vamos rir disso tudo.E fica a lição, né? Qual lição?
Só a verdade dura para sempre.
Beijosssssss

Lola disse...

Engraçado a dicotomia dos sentimentos...primeiro eu fiquei perplexa. Cruzes! Não queria acreditar! Depois veio a raiva...raiva da pessoa de ter nos enganado e raiva de mim mesma por ter me deixado enganar! Mas depois veio as lembranças das conversas animadas pela net, das piadas alegres, dos textos tão maravilhosamente bem escritos, das lições dadas, das mudanças conscientes de opinião...e me deu uma profunda tristeza porque queria que tudo fosse tão real! E voltei cabisbaixa pro meu mundo pensando em forma até depressiva: Queria tanto que a pessoa em si realmente existisse pois aquele mundo para mim era mesmo mais bonito.

Uma pena!

Bjs

(vou colocar o mesmo comentário no post do Andre porque é o que sinto exatamente)

Andreia Lica disse...

Paty,

Pena é a palavra que uso para tudo isso, por que a pessoa que cria essa fantasia, deve ter uma vida mediocre e queria tanto ter a vida que pintou que decidiu passar isso para a telinha do computador, a vida dela deve ser triste e solitária, pois se ela age assim, não é capaz de confiar em ninguém, pois sempre achará que alguém será como ela...ela perdeu anos da sua vida criando o que não existia, deixou de viver a vida real, e agora o que resta para ela?

Minha vida não é perfeita, tenho inúmeros problemas, Graças a Deus, pois isso só prova que sou de carne e osso, humana, que vive de erros e acertos, sem depender da admiração e idolatria de ninguém, não preciso disso, mas ela precisava e por isso tinha textos tão bem escritos, histórias que faziam com que todos a admirassem mais...que pena!

Bjos

Patrícia Gomes disse...

Tudo isso me deixou perplexa, frustrada, decepcionada, mas sabe, de um jeito ou de ouro, fake ou naum, ela acabou ajudando um pouco, como vc mesma relatou. Maas é por isso que a pena bate forte...

Xêeros, Mana!
Paty

Bel disse...

Pat, socorre tua amiga DDA e alienada. Quem foi a maluca? Conta por e-mail, please!!!
Eu, hein... Ó, eu sou de verdade, e tô aí no Rio mês que vem!!! kkkkk

Bjooo

Cissa Branco disse...

Patrícia,
E pensar que mesmo na fantasia essa pessoa ajudou tantas outras. Confesso que passei a ver questões de outra forma, indicava os textos para amigos. É uma pena, de nós por ficarmos sem a pessoa e dela por valer, no seu entendimento, mais como fantasia do que como realidade.
Grandes beijos