12 de ago. de 2010

Festa Infantil

Começa cedo, por volta das quatro da tarde, mas nunca tem hora para acabar. E não adianta nada falar que é uma festa infantil, porque vêm todos os adultos da família da criança convidada e mais os amigos mais próximos.
Você já está esgotada depois de pelo menos três noites sem dormir, enrolando brigadeiros e cajuzinhos, fazendo decoração, limpando play e etc. Descobre as três da tarde que esqueceram de encomendar o gelo. Para as bebidas, claro, que não podia ter só refrigerante.
Ás seis a festa está lotada. De pessoas que você nem imagina quem são. Às oito horas seu maxilar começa a doer terrivelmente devido ao esforço de sorrir o tempo inteiro. Seus pés estão em brasa e acha que perdeu os braços em algum momento, possivelmente quando teve que ficar retirando a bebida do gelo. Sua cabeça é um tambor no meio de uma festa africana.
Ah, sim, tem o som. Uma mistura qualquer de funk, rock, infantil e outros ritmos que fazem as crianças pularem o tempo inteiro.
O chão, uma mistura de pipoca, cachorro-quente e vômito. Decidida a encerrar a tortura, resolve cortar o bolo. Mas, é claro, sua mãe protesta, por que a tia Leonor ainda não chegou, e não adianta dizer que já são quase nove horas, e aquilo é uma festa de crianças.
Dez horas toma a decisão e chamo todo mundo para cantar parabéns. A mesa, linda, que teve tanto trabalho para fazer está parcialmente destruída, o bolo, com marcas de dedos, inclusive um que pelo tamanho é de um adulto, parece um queijo suíço.
Os parabéns demoram quase vinte minutos, não sem antes a aniversariante resolver cuspir na vela. – para apagar, mamãe, ela diz. O bolo é devidamente distribuído. E acha que finalmente a festa acabou.
- Mas, ainda tem bebida! Informação gritada pelo seu ex-marido. Senha para que os pais que um dia pensaram ir embora, voltem a se sentar e continuar de onde pararam.
Como boa anfitriã, ainda consegue reunir forças para percorrer o salão, mesmo sabendo que suas pernas nunca mais irão te obedecer no futuro.
Onze horas, senta, finalmente, sentindo o latejar das pernas e pensando em quantas varizes terão estourado essa noite.
Meia-noite e seu ex está atracado com uma loura, que você descobre que a sua vizinha de porta.
A festa ainda está cheia. De crianças dormindo de qualquer maneira sobre as mesas, enquanto seus pais bêbados dançam a macarena.
Duas horas da manhã o último casal se despede. Tonta de sono e de álcool começa a arrumar aquele inferno de bolo, bola, refrigerante e vômitos. Às três está tudo pronto e finalmente irá dormir. Entra em casa, e encontra um menino moreno e desconhecido no sofá.
Acorda as filhas e pergunta sobre o menino, obtendo a mesma resposta, ninguém sabe quem é..
Como última e única alternativa, resolve acordar o garoto. Que se chama Bruno e mora no prédio. No décimo andar. Pega o menino no colo e vai entregá-lo aos pais, que provavelmente estarão histéricos pelo desaparecimento da criança.
O garoto vomita no elevador, em cima dos seus sapatos.
Bate na porta. Mais uma vez. E mais uma, a porta se abre na oitava tentativa, quando já estava duvidando que tivesse alguém. Atende uma mulher sonolenta, que te olha como se fosse te matar. Pergunta se o menino é filho dela, ela diz que sim, e indaga porque não deixou que ele dormisse em sua casa. Responde que achou que ela ficaria preocupada.
Depois que a porta se fecha, ainda dá para ouvir a mulher dizendo, que a vizinha do 403 era mesmo muito escrota, nem deixou que o Bruninho dormisse na casa dela.
E ainda tem que limpar o vômito do moleque no elevador...

10 comentários:

Anônimo disse...

Oi amiga!

Eu adorava festas até enfrentar as festas infantis que patrocinei pros meus pequenos! Uma trabalheira danada que se não fosse pela alegria deles, era UÓ! kkkkk

Bjs

Lilah disse...

G-zuis! Isso é uma festa ou uma maratona? rsrs
Graças a Deus já passei dessa fase.

Unknown disse...

hahahahaha Que horror!! O pior que muitas dessas coisas acontecem, principalmente sua mãe dizendo que tia fulana não chegou ainda.

Leticia disse...

Pat
hahaha! Q crônica super bem humorada sobre festa infantil. Quando era criança, adorava! Hj em dia, ainda não desenvolvi a vontade de gostar disso! rsss.
Mas mtooo bom!
Beijos
lelê

Vera Alves disse...

Meu Deus! Dei boas gargalhadas...o ex-marido atracado com uma loira foi demais...ninguém merece! Bjs

Lily Luz disse...

Foram 6 anos diretos envolvida com essa loucura. Acabou!!! Graças a Deus!
Filho não quer nem mais saber de comemoração em casa. Prefere sair, comer fora e eu agradeço! rsrs

Fernanda Reali disse...

Credo, tô fora!

Nunca fiz NENHUM aniversário para os meus filhos, embora eles implorem. É uma festinha na escola com bolinho, pringles, guaraná, cachorro quente, brigadeiro, fim. Ou seja, um lanche gostoso e um parabéns.

Primeiro vem a minha felicidade, depois a dos outros!#bichamá

Elaine Gaissler disse...

Muito bom esse texto, aliás, como todos os outros. Tenho acompanhado o manual e dado boas risadas dos seus posts de humor. Parabéns pelo talento!

(Com tempo passa lá no http://ocasionariodalaninha.blogspot.com/)

Matheus Farizatto disse...

Ahauahuahuah... MUITO BOM!
Niver de criança é E.X.A.T.A.M.E.N.T.E assim!

Mas no meu caso, estou sempre do lado daqueles que ouvem a senha que ainda tem cerveja! Nada de filhos!

Que bacana. O importante é curtir tudo!

BigbigxD disse...

como o amigo matheus eu sou dos que ouvem "ainda tem cerveja" e nada de filhos rs , + quando vou ajudar minha tia no aniversário dos meus priminhos , fico Fudido de raiva --'