10 de jan. de 2010

Porque Eu Odeio Primeiro Encontro

Primeiro encontros não deveriam existir. A gente sua a camisa para criar a situação perfeita pro carinha chegar junto e fazer o convite, e em seguida é a atacada pela TPPE (Tensão Paranóica do Primeiro Encontro).

Durante o período que intercala o dia do convite até a saida, experimentaremos um milhão de roupas (e nenhuma ficara do nosso gosto), faremos milhões de penteados (e nenhum deles nos agradará – e às vezes, o resultado desses testes, é cabelo espiga de milho esvoaçante), estouraremos nosso cartão de crédito para comprar a saia perfeita, que combina com a blusa perfeita e que combina perfeitamente com àquela sandália linda de trocentos mil dinheirinhos.

Roupa perfeita, que é claro, vai ficar HOR-RO-SA no dia do encontro, que alias, reúne na mesma ocasião toda a instabilidade hormonal da TPM somada aos desastres acontecidos durante seu inferno astral.

Começa com você acordando com uma espinha gigantesca no nariz, no queixo ou no meio da testa, às vezes em todas as opções listadas.

Se você tem cabelos lisos, o dia será de quente a insuportável, e a oleosidade gotejará de suas madeixas. Se o seu caso for crespo, tenha certeza que a quantidade da chuva a cair, será proporcional ao tempo em que levou para domar seus fios com a chapinha. E não tem jeito, nos dois casos, a umidade relativa do ar estará tão alta, que até seus pentelhos estarão com frizz.

Uma hora antes do encontro e você estará aos prantos sob uma pilha de roupas, com a certeza absoluta da sua infelicidade, afinal, você não tem roupa para a saída. E você lutará contra a vontade de pegar o telefone e xingar o FDP que propôs àquela tortura.

Meia hora antes, você irá respirar, se concentrar e decidirá por àquele vestidinho básico, que seu ex dizia que ficava lindo em você.

Tudo quase pronto, o carinha te esperando lá embaixo e eis que ela surge!

Todas nós mulheres temos uma presença certeira nesses dias de primeiro encontro. É a nossa Personal Serial Killer. Não que ela seja uma assassina, no sentido literal da palavra, seu assassinato é mais sutil. Ela detona relacionamentos em estágios iniciais.

Você acaba de se encher de coragem, a roupa está ok, a maquiagem bem feita, sentindo-se a mulher mais sexy possível, e ela então te manda um psiu do espelho e certeira desfere o golpe:

- Nossa, como você está gorda! E essa roupa, francamente, ainda está na moda? Na década passada talvez estivesse!

Seu joelho treme, seus lábios decaem e é preciso uma grande força de vontade para abrir a porta e sair. Durante todo o percurso até o carro fica esperando um novo ataque, pois tem certeza de que ela estará a espreita.

E, você tem toda razão, ela está e irá surgir novamente o resto da noite... (continua)

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