A tristeza é minha.
Pronome possessivo.
Dor pessoal.
Tristeza sem alarde,
sem escândalos.
Minha tristeza é feita de gestos escassos,
olhares contidos.
Tristeza roxa de garganta seca.
Minha dor,
não é feita de soluços ou lágrimas.
Tem a saudade de um adeus
e o cenário de uma tarde de outono.
Folhas secas.
Minha dor é minha.
Pessoal e intransferível.
É para ser vivida com a dignidade
dos que ainda amam,
quando não são mais amados.
Minha tristeza não é feita de frases,
nem de confissões em banheiros públicos.
Não é para ser exposta em mesas de bares.
Nem para ser desfraldada como bandeira ao vento.
Minha tristeza é exata.
Minha dor é equivoca.
Minha angústia, às vezes abstrata,
despe-se com a lucidez do adeus
e é concreta.
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