Não que ela esperasse piedades e demonstrações de pena. Tampouco queria frases feitas e abraços/sorrisos vazios.
O que ela queria mesmo era o direito de sentir medo. de se sentir aflita e confusa. O que ela queria era abraços sinceros e calorosos. Daqueles que viram colo quando menos se esperam e mais se necessita.
Queria frases doces e não discursos repletos de certezas - como assim, certezas?! Se nunca temos certeza de nada nessa vida?
Ah, ela queria apenas sentir-se acolhida e amparada. Sem cobranças de que ela estava fazendo Drama Queen. Ou mesmo que estivesse, ela queria ter o direito de fazer.
Alias, todos temos o direito de fazer Drama Queen em algum momento da nossa vida!
Ter o direito de chorar escorrendo pelas paredes, com soluços e mucos e no final, olhos inchados e sonolência. Todos temos esse direito!
E, o que ela mais achava injusto, era a a ditadura da felicidade. Você vai superar! você vai vencer! Isso não é nada! Caralho, isso era tudo! Pelo menos para ela, pelo menos naquele momento!
E ela tinha a certeza de que não seria eterno. De que amanheceria cores e estaria pronta para enfrentar o que viesse.
O que poucos entendiam é que ela não estava desistindo ou se entregando a dor.
Mas era um momento necessário, para que ela reunisse todos os seus pedaços e começasse de novo. Ela que nunca soube desistir, não seria agora que aprenderia!
Mas, se permitir virar cacos, ajuda na hora de se recompor.
E dali ela seguiria amparada pelas mãos que em todo o processo, estiveram sempre ali, prontas para ajudá-la a levantar de novo e mais forte que nunca, pro combate.