25 de out. de 2014

O que não deveria ser

A pessoa não deveria ser a bruxa má. No entanto, desde que me entendo por gente, foi esse o papel que escolheu para si. Carinho? afeto? Poucos. As lembranças mais fortes são sempre de frases que insinuam culpas, mesclam-se de agressividade contida, frustrações despejadas... 

E em momentos em que peço apenas socorro, não ajuda física, financeira ou similares, mas apenas afetivas, recebo de volta acusações e frases que me fazem engolir em seco, e me prometer que nunca, nunca mais, vou querer olhar no olho dela. Mas, sei que sou idiota o suficiente, para amanhecer perdões e mais uma vez, justificar o injustificável.

21 de out. de 2014

Explicando - sobre dores e acontecimentos


Tela Marcelo Daltro

Não que ela esperasse piedades e demonstrações de pena. Tampouco queria frases feitas e abraços/sorrisos vazios.

O que ela queria mesmo era o direito de sentir medo. de se sentir aflita e confusa. O que ela queria era abraços sinceros e calorosos. Daqueles que viram colo quando menos se esperam e mais se necessita.

Queria frases doces e não discursos repletos de certezas -  como assim, certezas?! Se nunca temos certeza de nada nessa vida?

Ah, ela queria apenas sentir-se acolhida e amparada. Sem cobranças de que ela estava fazendo Drama Queen. Ou mesmo que estivesse, ela queria ter o direito de fazer. 

Alias, todos temos o direito de fazer Drama Queen em algum momento da nossa vida!
Ter o direito de chorar escorrendo pelas paredes, com soluços e mucos  e no final, olhos inchados e sonolência. Todos temos esse direito! 

E, o que ela mais achava injusto, era a a ditadura da felicidade. Você vai superar! você vai vencer! Isso não é nada! Caralho, isso era tudo! Pelo menos para ela, pelo menos naquele momento!

E ela tinha a certeza de que não seria eterno. De que amanheceria cores e estaria pronta para enfrentar o que viesse. 

O que poucos entendiam é que ela não estava desistindo ou se entregando a dor. 

Mas era um momento necessário, para que ela reunisse todos os seus pedaços e começasse de novo. Ela que nunca soube desistir, não seria agora que aprenderia!

Mas, se permitir virar cacos, ajuda na hora de se recompor. 

E dali ela seguiria amparada pelas mãos que em todo o processo, estiveram sempre ali, prontas para ajudá-la a levantar de novo e mais forte que nunca, pro combate.