15 de mar. de 2013

Felicidade...


Felicidade pode ser uma coisa complicada. Não é fácil se feliz. Para inicio de conversa nossa sociedade não a aceita bem. Pense bem, o que vende mais noticia: Uma matéria sobre a violência nas grandes cidades ou a beleza de um pôr-de-sol?

É só olhar os jornais, até sai a matéria do pôr-de-sol, mas na capa, vemos estampados a violência. E não é só isso, até mesmo na religião, esbarramos com dogmas do tipo: é preciso sofrer para entrar no reino dos céus. 

Então o paraíso será um lugar feliz, não o aqui, não o agora. O hoje deve ser banhado em lágrimas. Na literatura, no cinema, nas músicas, a felicidade passa ao longe. Filmes com finais tristes são sempre os mais lembrados, romances tipo Romeu e Julieta emocionam gerações; nas músicas, letras que falam da solidão e da dor, tocam de hora em hora nas rádios e os cantores vendem milhões de cds.

Vivemos viciados na tristeza. Os momentos felizes passam e sequer percebemos, tão entretidos em nossas dores que estamos. 

E é com essa base que afirmo: Não é fácil ser feliz. Requer um certo esforço. Uma certa disposição. Não. Realmente não é fácil. É preciso ter disposição para ser feliz. 

Necessário antes de tudo esquecer do que está ao redor. Um exercício rotineiro de sorrisos e abraços. Pois a felicidade se inicia em um sorriso. Apenas um. Dado com vontade, sem esperar retorno nenhum. Assim de repente, ao acordar e olhar para o/a companheiro(a), acrescido de um bom dia. Ou ao entrar no elevador e encontrar aquele seu vizinho de cara amarrada. Ou no trânsito parado. Ou em qualquer lugar, a felicidade se inicia com um sorriso.

Consolida-se com a percepção do todo. No lugar de acordar apressado, pensando no quão terrível pode ser aquele dia, iniciá-lo com a expectativa de boas novas. Olhar-se no espelho com os olhos da criança adormecida em você. Os mesmos olhos que contemplaram um arco-iris pela primeira vez. 

A felicidade é construida de dentro para fora. Não adianta esperar que o outro, ou que a vida, lhe entregue assim em uma bandeija. Você tem que acreditar nela. Vivenciá-la em atos e falas. Pensar na resposta, antes mesmo da pergunta ser formulada. 

E preciso, também, esquecer o que poderia ter sido e se concentrar no que já é, mas principalmente, acreditar no que ainda estar por vir. Descobrir a importância dos sonhos e no caso, de tê-los esquecido, relembrar cada um que tenha sonhado um dia. Perceber que tocar não pode ser tão dificil. Que um abraço é o que temos de mais forte. Cabendo a nós o primeiro movimento. 

Enxergar o outro, não com os olhos embotados de desconfianças e insinuações. Mas livre do medo e das idéias pré-concebidas. Para ser feliz é necessário acreditar. No outro, na gente e na vida.

Embora isso possa parecer um manual prático de como ser feliz, não é. Por que a felicidade não se vende em supermercados ou livrarias. Não existem regras para ser feliz. Pois é uma decisão que cabe única e exclusivamente a nós mesmos. E de nada vale livros de auto-ajuda se nós não estamos dispostos a apostar na sua existência. É preciso ao acordar exclamar bem alto, para que até você mesmo ouça: Eu quero ser Feliz. E é assim, acreditando nisso, que a felicidade entrará em nossas vida.

4 comentários:

Fernanda Reali disse...

Concordo e acrescento: é uma escolha diária, é um esforço diário, é um treino exaustivo, no meu caso. Otimismo e felicidade são coisas que eu preciso escolher diariamente, pois não brotam naturalmente em mim.

bjs

Rogeria disse...

O problema, Pat, da infelicidade de muitos é que compram o modelo de felicidade vendido pela mídia, pelos programas de tv. Pra ser feliz vc tem que ser magra, tem que ser bonita, tem que comer comida saudável, tem que ser bem resolvida na cama, na cozinha e no trabalho... daí a frustração de tantos...
Sei que a felicidade é possível, mas tem momentos que a tristeza é necessária e até mesmo produtiva.
Um grande bj! Gostei do seu post, tá lindo, só quis compartilhar esse pensamento que vem me acompanhando pelos questionamentos das aulas de sociologia e filosofia. Bjs, lindaaaaaaaa!!
Recomendo a música da Maria Monte Seja Feliz, do novo cd...

Lúcia Soares disse...

Concordo, Patrícia. Falei disso no blog, como se fosse um manual, um texto que recebi por e-mail e desdobrei. Claro que depende essencialmente de cada um descobrir a sua felicidade. Poruqe há várias formas de se ser feliz, né? O que pode parecer estranho que faça a um feliz, é o que lhe basta. Tenho tendência a racionalizar muito e quando o fazemos, batemos de frente com a realidade, que nem sempre nos deixa brecha pra entrar a felicidade. Mas insisto e lhe digo que para mim, o básico é estar saudável (aí, conseguimos enfrentar tudo) e em paz de espírito. O que vier, vem com força!
Beijo!

Neli Alves disse...

Com todos os problemas, principalmente os da idade - afinal, já vou fazer 70, eu escolho todos os dias ser feliz. Não é fácil, mas vale a pena. Bjks. Neli