Ela sabia que poderia ser feliz se enxergasse a vida com olhares
menos carregados de nãos, se pudesse, pelo menos por alguns instantes,
acreditar em livros de auto-ajuda, desses que falam que a felicidade está
dentro da gente.
Ela seria feliz com certeza, se fosse capaz de acreditar em fadas,
duendes, fantasia e príncipe encantado. Se carregasse menos incertezas na face
e menos impossibilidades nas mãos. Se ela se ativesse mais nos sonhos e menos
no despertar, ah, sim, ela seria muito feliz.
Se o coração batesse menos descompassado, se a cabeça não girasse
tanto repleta de ansiedades, se fosse capaz de enxergar o fim do arco-íris, se
tivesse uma flor amarela na janela... A felicidade faria parte da sua vida, ela
sabia.
Sabia também, que se não soubesse tanto, se intuísse mais, se
cantarolasse àquela canção romântica, se não se preocupasse tanto com as
calorias consumidas, e não se importasse com o sumo da fruta escorrendo no
queixo, a felicidade seria a companheira de todas as horas.
Mas o que ela sabia de verdade, era que talvez se não falassem
tanto que ela deveria ser feliz, se a felicidade não ficasse tão exposta em
banca de revista, se não a transformassem em produto obrigatório, talvez ela
até pudesse ser feliz. No entanto, com tudo isso que sabia, ela não sabia ser.
Um comentário:
Oi Patrícia!
Amei o texto! Parece que certas coisas "caem" na nossa frente quando a gente precisa delas...
Beijos, Renata
palpitandoemtudo
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