Não sei se é comum a todos, essa sensação de estranheza que a mim pertence. De não pertencer a nenhum lugar... Volta e meia penso se a Nave Mãe ainda demora muito pro resgate, ou se já passou e nem percebi. Seguir em frente num mundo que definitvamente não é o seu às vezes fica mais complicado.
Coisas que são ditas ou feitas em outros, ferem em mim, como se a mim fosse dirigidas as ofensas e preconceitos.
E, é tão cansativo explicar que chamar alguém de puta gorda, ou vaca gorda, ou gorda nojenta, sendo ou não através de um monitor, me atinge, por que sabe, eu sou gorda...
Cansativo também fazer-me entender que justificar agressor, questinando comportamento da mulher agredida doi em mim, mais do que chicotada, por ter vivido de tão perto cenas tão iguais, com pessoas queridas, e ter assistido sem poder fazer nada, a destruição psicológica das mesmas.
De repente, esse mundinho virtual anda me fazendo mais mal do que imaginei. Acabo ficando mais calada, com uma certa vontade de me retirar e criar minha alienação perfeita, como fiz anos atrás.
Hoje enxergo que quando deletei o outro blog e simplesmente sumi por quatro anos, foi por motivo similar. Quando o que via no virtual começou a embrulhar meu estômago de maneira definitiva, simplesmente decidi que era hora de sair.
Não sei se é esse legado que quero deixar pro meu filho, um mundo onde as pessoas são pré-julgadas pela sua aparência. Onde beleza é sinônimo de caráter e o seu peso define sua indole...
Ontem meu filho teve o desprazer de conhecer a maldade e um bulli (pessoa que comete bulliyng), um garoto mais velho se aproximou dele e da amiguinha e por nada, apenas para fazê-los chorar, pegou o brinquedo predileto do meu pequeno e tacou no telhado.
Obviamente, eu e marido intercedemos de maneira imediata, afastando o garoto, indo pegar o brinquedo no telhado, mas nada apaga o choro indignado do meu filho e a sua expressão de por que, mãe? no seu rostinho.
E, sabe, os pais do garoto maior, que estavam próximos, não fizeram nada! ABSOLUTAMENTE NADA a respeito. Sequer chamaram a atenção do garoto!
E será esse menino, que quando crescer, estará xingando pela internet mulheres gordas de vacas nojentas, putas gordas e etc.
Se bobear, atirará latas em empregadas domésticas em pontos de ônibus ou numa tarde mais tediosa, colocará fogo em mendigos ou espancará homossexuais.
E com tudo isso, eu só pergunto, Nave Mãe, cadê você?
14 comentários:
Oi! Patricia... li o post e vou lhe dizer ... que assino em baixo.Tá dificil!!! Está muito dificil! A gente acaba tendo que se proteger, se esconder... para não se deixar corroer pelo que ocorre na nossa volta!!
mil beijosss com carinho!
Se você avistar a nave me avisa que também quero entrar nela.
Prá amenizar tanta decepção eu procuro olhar para o que a vida tem de bom, para pessoas boas, pois graças a Deus elas ainda existem. Delete os perfis que lhe fazem mal, para de visitar os blogs de gente idiota e preconceituosa e pronto, faz uma faxina na vida.
beijos e eu tou aqui, viu? e te acho linda :)
Então, para o mundo que nós queremos descer. Vc está certa em tudo o que disse. mas o que mais me admira nas pessoas e em vc, neste post, é a postura que devemos ter de nos indignarmos diante de tais situações. Isso, mesmo, vamos nos indgnar e não permitir que isso aconteça e se banalize. bjoooo
Patricia, parabens pelo post. Vc escreveu exatamente aquilo que sinto as vezes. Pessoas nojentas com pre conceitos existem em muitos lugares e me doi muito saber que sempre tem algumas por perto. Revise e delete aqueles ou aquelas que lhe fazem mal. Eu já vi em dois momentos da minha vida ja vi o vinho azedo ficar doce porque nem tudo que hoje é perfeito permanecerá perfeito pra sempre. entende?. Muita coisa muda ao longo do percurso da vida.
Oi Pati!
Na minha opinião, existem dois mundos sim: o virtual, que cada um pode ser o que quiser e o real, que somos aquilo que somos, de ruim ou de melhor. Explico! No virtual, se vc parar pra pensar, as pessoas podem assumir o personagem que quiser. Eu posso dizer que tenho 1,80 de altura, que sou homem, que não tenho filhos, que sou uma jovem menininha a procura de aventura, que sou uma socialite famosa, enfim, podemos nos expressar de uma forma muito mais livre que no mundo real. Muita gente, no virtual, late late e late....mas nunca morde! E então eu não me estresso. Não me estresso pq não vale a pena. Aquela pessoa pode escrever coisas que na verdade, não é exatamente o que ela pensa ou como ela age. Isso tanto pro bem, quanto pro mal! O que acontece no dia a dia me afeta muito mais! Tá certo que esse mundo virtual está cada vez mais misturado com o real, mas enquanto não for um só, eu vou deixar sempre tudo pra lá e acreditar nas coisas boas de todos os mundos! rs
Bjs
Eu tb ando cansada desse tipo de coisa. Ando cansada de ver as crianças sendo criadas sem nenhum freio, sendo compradas com presentes pra justificar a falta de presença dos pais. Cansada de ver pais acharem tudo bonitinho nos filhos até os piores dos erros. Cansada de ver mulheres, ainda hoje, justificando e proliferando o machismo.
E sabe, não acho que mundo real e virtual sejam diferentes. Através da net vc tem mais chances de encontrar pessoas, e se envolver com elas de forma a criar laços é consequência, da mesma forma que acontece no dia a dia com as pessoas que encontra na balada, na escola, no ponto de ônibus e por aí vai. Já sofri muito por conta de duas pessoas do mal q acreditei, com todas as forças do meu coração, serem do bem. Ainda sofro por conta de uma. Ambas conheci na net, mulheres. Amo algumas pessoas e tenho com elas amizade mais sincera e verdadeira e conheci na net. Tenho pessoas que simplesmente me conheceram como as linhas da própria mão e simplesmente me limaram da sua vida, e isso cotidianamente. Tenho pessoas que me amam incondicionalmente, desde que distancias físicas.
Ou seja, Não há diferenças! Há gente do bem e do mal, em qualquer lugar, pena q ultimamente as do mal estejam mais em voga....
Quando a nave passar por aí, pede a ela, com carinho, que faça uma voltinha por aqui pra me pegar tb, tá!
Ah, minha amiga...
então sou da mesma nave-mãe que você.
Ver alguém ser chamada de puta gorda me atinge, ver gente falando mal de nordestino me atinge, ver nego atropelando ciclista me atinge...
por isso parei de postar no Dez Milhões, e parei de ver o programa. Tento deixar minha vida um pouco menos mundo-cão possível.
um beijo, querida!
Vc, com certeza, é um ser mais evoluído do que pensa, qdo sente que este mundo já não é mais seu, é porque sabe que merece estar num mundo melhor. Enquanto a Nave Mãe não vem continue irradiando essa sua sabedoria para que o mundo um dia seja um pouco melhor.
Bjs♥
Paty,
As vezes passo prlos blogs e não sinto vontade de comentar, mas se nao comentass esse post, não seria eu...
Eu entendo um pouco do que vc sente, muitas pessoas usam o mundo virtual para se esconder e atraves dele se fazem maiors e melhores, porém, lá no fundo essas pessoas são um nada, covardes que tem medo de mostrar quem realmente são, pq se aparecerem assim para o mundo, todos conhecerão uma pessoa suja e pequena...Acredito que somos maiores do que eles, e não acho que vc deve se excluir deste mundo para se alienar a tudo, acho que deve sim se manifestar cada vez mais, para que assim como eu outras possam ler e se sentir indignadas e não aceitarmos isso, que usemos isso para denunciar e tentar ao menos minimizar ó ataque destes pequenos.
Eu tenho 3 filhos (12, 11 e 3 anos), e sei que por enquanto sou a maior responsável pela formação do carater deles. Meus filhos tem limites para tudo, ver tv, acessar a net etc, são crianças que tem acesso ao mundo, mas sabem que tem direitos e deveres. Muitos pais não impõem limites com medo de perder o amor dos seus filhos e posso dizer que estão enganados, pq criança gosta de limite e atenção, sabe que assim os pais zelam por elas e querem o melhor para o seu futuro. É uma pena, pois crianças como a que vc citou, vai crescer achando que pode fazer o que quiser e que nunca será punida por isso, mas o mundo um dia vai impor limites a eles e ai? O que será destas pobres crianças mimadas? Eu sei a resposta, vc tbm, pena que os pais desta pobre criança não saiba ainda...
Otimo post.
Desculpe a carta.
Bjão
Ah, Patrícia, que dureza. É por essas e outras que eu nunca quis ter filhos. Este mundo é alguma coisa de podre. Mas agora que tive(mos) só resta encarar e esperar o pequeno crescer pra explicar que é preciso estar preparado para coisas assim. Mas, que é uma droga, é.
beijos
Concordo... com tudo.
Venho aqui todos os dias e nunca comento. Seria uma pena vê-la terminar o blog. Você escreve tão bem e às vezes leio coisas tão bonitas e inspiradoras aqui, que meu dia fica melhor.
Tomara que essa nuvem negra passe...
Beijo.
é complicado mesmo. ver essas coisas acaba nos desanimando...aquela terrivel sensação de se sentir minuscula demais pra tentar resolver situações que não dependem apenas de nós mas que nos deixam completamente revoltadas. bjus
Sim, sim. Essa tal menino será esse adulto infeliz. Tenho certeza.
Façamos o nosso papel sem desanimar, Patty.
Força, mulher! Bjo.
Coisas como essas me cansam, ando numa fase cansada, aquela sabe? Que te disse, que achei que ia passar e não passou... E há tempos que tenho vontade de ser apenas real e não mais virtual, porque me sinto atingida pela covardia de quem se esconde atrás do anonimato, de quem usa da facilidade de exibir uma vida inventada (como a Lola disse) e ataca, provoca, inferniza. Sobre os filhos é ainda mais complicado, como dói na gente né Pat? O Leo vive sofrendo, porque é bonzinho, é o menor, não é agressivo, já vi meu filho chorar tantas vezes por ser bom, por ver dentro da minha casa, o melhor amigo que ele adora, quebrar dois brinquedos dele e dizer que eram porcarias, e a mãe? A mãe dizer... Fulano! Não pode assim... e me dizer que depois compra outro. Não é o comprar... esse é o mal do mundo atual, algumas pessoas pensam que podem comprar tudo, alegrias, amor, que comprando podem dissolver frustrações, mágoas, tristezas. Tudo está à venda, inclusive o caráter de alguns. Beijos amiga ♥
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