Espio saudade pela fresta. Cores iluminam vãos inexistentes de mim mesma. Quase posso ouvir tuas mãos segurando o pequeno pássaro caído do ninho. Cabeça preta e peito branco. Você disse o nome, mas se perdeu em alguns segundos após sua fala. Enebriava-me tanto em sua paleta, que o som só se faziam presente em cores. Havia o muito azul do céu, o amarelo incandescente dos girassóis, o barrento do rio que cercava. E sua voz, que me chegava em sobre tons, às vezes gris, outros numa calmaria dos tons pastéis... As tardes eram verdes e se enroscavam modorrentas em nossas pernas sobre o galho, enquanto explodíamos jabuticaba no céu da boca.
No dia em que fui embora, havia um azul embotado em seus olhos. Que me segurou as mãos e disse: - toma filha, para ajudar nas despesas. Dentro delas, duas notas de 100 reais. Tudo o que você tinha. Tudo o que eu queria, no entanto, era a fortaleza segura do seu abraço.
Eu murmurei obrigada e entrei no carro. Meus olhos agrilhoados aos seus, eram cinzas opacos.
6 comentários:
Patricia, lindo, triste, mas profundamente lindo.
Senti um aperto no peito. Triste, mas lindo!
Quando eu crescer quero escrever assim!
Pode, que eu te sigo no Bichos de pano e nunca vim aqui?
Que absurdo!!!
Raíva de mim agora!!!!!!!!!!
Mas já tô seguindo e não perco mais o caminho, nem me perco nele!!!kkkkk
Beijos Patrícia!
Patrícia, que conto lindo, adorei!
Bjo bjo
Lindo conto, Paty!
Você é a fada das palavras... consegue transformar letras em mágica!
#MeEmocionou ;)
Beijos
Lindo,com os olhos rasos dágua!
Nely
Eita moça... tens o dom de me fazer chorar... que lindo...
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