Quando adolescente, somos vítimas do "complexo do patinho feio", aguentamos as espinhas, o andar desengonçado e estabanado, a voz grossa/fina demais, os cabelos ressecados, tudo isso, nós aguentamos, por que temos certeza de que cresceremos e viraremos cisnes, igualzinho a estória contada inúmeras vezes.
Pois é, ai a gente cresce e descobre que era tudo balela, que no lugar de cisne, quando muito nós transformamos em marrecos e ainda continuamos desengonçados.
Nós mulheres sofremos mais ainda, afinal em todas as estórias a madrasta má é devidamente punida, na vida real, a madrasta pode assumir a faceta daquela chefe pé-no-saco ou da ex do seu namorado, àquela bem mala mesmo, que insiste em reconquistá-lo, ignorando completamente o fato de vocês estarem juntos.
Nos contos de fadas, essas personagens sempre são punidas, na real, sua chefe pé-no-saco costuma ser promovida, normalmente, devido a uma idéia sua, que claro, ela roubou. E a ex, essa só de sacanagem envia o convite de casamento, dela com o seu, agora ex, namorado.
E ainda tem a estória do príncipe. Essa, eu considero sadismo total, pois passamos a vida aguardando, convictas que um belo mancebo montado em um corcel negro, adentrará nossa vida. Lá pelas tantas, a gente percebe que esse cidadão está em falta no mercado, ai a gente apela para outro conto de fadas, àquele do sapo que vira príncipe. Bem, achar um sapo não é díficil, logo, estamos nós dando milhões de beijos no sapo, que continua sapo. Mas ai já é tarde demais e começamos a achar o sapo jeitosinho. Fazer o quê, não é?
O pior de todos os engôdos, porém, é o tal de "felizes para sempre". A gente cresce ouvindo essa estorinha. Encontra o sapo no meio do caminho, casa com ele, que afinal de contas, é melhor do que ficar esperando eternamente o príncipe, ai descobre que o "feliz para sempre" significa aturar coçada de saco, toalha molhada em cima da cama e jogo de futebol todo final-de-semana.
Pense bem, é ou não é caso de se processar os autores desses contos de fadas?
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