18 de out. de 2010

Geração Espontânea

Eles surgem de repente. No inicio tímidos, apenas figuram em algumas páginas na internet. Se agradam, começam a se proliferar e logo atingem o status de spam, percorrem então o espaço virtual na velocidade da luz. Grupos de discussão, blogs, sites, e-mails, etc. No meio do processo, na maioria das vezes, perdem a autoria. Circulam então, cão sem dono, renegados ao anonimato do autor desconhecido.

Mas, tem sempre os que se apiedem dos pobres e resolvam levá-los a adoção; E ai, segundo critérios que só Deus para explicar, os textos começam a ser vinculados à Cecília Meireles, Machado de Assis e a globais variados. 

Com algum esforço podemos identificar os métodos que indiquem o porquê das escolhas dos autores, Machado de Assis – crônicas comportamentais, Cecília Meireles ou Clarice Lispector – poesias,Heloisa Perrisé e afins – comédia sobre o universo feminino, Luiz Fernando Veríssimo – comédia sobre o universo masculino, auto-ajuda em geral – Pedro Bial. E ainda tem os que preferem personalidades atuais(seja de qualquer área), para atribuir autoria.

O problema é que não dá para atribuir a Machado de Assis um texto que verse sobre absorventes femininos, tampouco rimas que unam leu com céu como de autoria de Cecília ou Clarice, Fernando Pessoa falando sobre tvs? Definitivamente, não dá!

Isso estou falando de textos ruins, mas tem os textos, muito bons, de vários anônimos que percorrem a rede sendo creditados a outros. O que me faz pensar: Será que quem altera a autoria dos textos, ache que o Inagaki do Pensar Enlouquece ou a Karina do Mafalda Crescida não sejam bons o suficiente para seus escritos? E outros, tantos, que tiveram seus textos arrancados de si e distribuídos como de outrem, (eu mesma me enquadro nessa categoria).

O que faz um texto virar spam? A qualidade do mesmo, a identificação do que está escrito com quem lê? Acredito que isso é um mistério, quase indecifrável, tipo “Tostines vende mais por que é fresquinho ou é fresquinho por que vende mais?” – mas, não importa o mistério, o principal é criarmos um hábito nesta terra de liberdade que é a web, o de pesquisar autoria antes de publicarmos um texto recebido. É rápido, fácil e o Google não morde ninguém.

Caso queira saber sobre outros casos de apropriação indébita de autoria, leia o Autor Desconhecido – de Van Lampert. É um blog de utilidade pública que ajuda não só o autor a resgatar seus textos, quanto ajuda a tirar dúvida sobre textos que por ventura tenhamos recebidos.

P.S – se esse texto for parar na sua caixa de correios sem autoria, lembre-se de quem escreveu. ;o) 

9 comentários:

Bel disse...

Desculpe o termo, amiga, mas esse texto foi uma porrada bem dada!!!

Bjoooo

2edoissao5 disse...

as vezes falta um conhecimento sobre a obra daquele autor...
eu sempr procuro verificar em varios lugares qdo tenho duvida.
enfim...
beijo!

Anônimo disse...

Patrícia

Há menos de um semestre, comecei a publicar textos meus na web e a dialogar com outros blogueiros. Constato os problemas que você relata e também fico aflito. Normalmente, quando me deparo com a clara apropriação indébita, eu sinalizo, denuncio mesmo. Tenho feito a minha parte para combater esse mal, inclusive, presente nas correntes de e-mails que se espalham por aí, como você ressaltou. Pra mim, são as duas as explicações para este problema: desinformação e má fé.

Conheço o blogue Autor Desconhecido e ele é, sim, como você disse, de utilidade pública.

Parabéns pela preocupação e boa sorte.

Unknown disse...

Paty,

Eu me preocupo bastante com isso e estou tão cética, que quando recebo algo dito que a autoria é de um dos seus citados, nem repasso adiante.
Você só não citou um que recebo direto - Arnaldo Jabor.

O site que você indicou eu já conhecia, mas o surpreendente?
"TER OU NÃO TER NAMORADO" não é de Carlos Drummond de Andrade e "Ei! Sorria!!!" não é de Charles Chaplin. ;O

E como controlamos isso?
Já tive 4 textos plagiados do blog, e o gosto de ver seu texto copiado e passado adiante, como autoria de ninguém ou zé ninguém, é amargo.

Beijos

Matheus Farizatto disse...

O Google não morde. E a Ética, também não. Ou essa última morde?

Beijão, Paty!

Karina disse...

Ah, minha linda...
O meu texto mais "famoso", "Criando um Monstro", foi lido, relido, trilido em internet, rádio e até tv como sendo do tal "autor desconhecido".
Todos vamos ter que nos acostumar com essa nova linguagem que é a internet. A produção textual, de entretenimento, até mesmo de arte, tende a a ser compartilhada de outras formas a partir da nossa época. Mas ética e respeito são valores que são - ou pelo menos deveriam ser -atemporais...
Beijo, talentosa moça. :-)

Cissa Branco disse...

Patrícia,

Morro de medo de postar qualquer coisa que não seja minha, desde fotos no google me dá arrepios, rs.
Acredito que o artista, de qualquer arte, precisa de reconhecimento, aquilo que está ali é seu e tem que ser reconhecido como seu, acho que isso vale desde as idéias. Quantas vezes não presenciei alguém querendo receber crédito pelo outro, e se dando bem com isso, quantos não usam os demais como escada... Já viajei, rs.
beijos

Giuliana: disse...

Pessoas inescrupulosas que não tem o que fazer, se ocupam fazendo essa salada mista de textos e autores.

Acho um abuso essa apropriação/desapropriação indevida de autores. Uma falta de respeito no mínimo!

Beijos

Borbulhas Literárias disse...

E pior que um monte de gente acredita.

Eles falam: Mas foi a Cecília que escreveu, como você pode chamar de texto brega?


Aff.