27 de ago. de 2018

Cotidiano


A voz da amiga distante que liga de surpresa. A pausa para o café. O Bem-te-vi que passeia por sua janela. O beijo espontâneo do filho. O elogio ao feijão com arroz de todos os dias. O bom dia da moça da padaria. O gato que se enrosca nas pernas. A mão que segura a sua. As gargalhadas durante uma conversa. O friozinho que refresca. O amor que transborda em uma postagem boba sobre acidentes domésticos. As palavras que fluem compondo lirismo no papel. O projeto que dá certo. Os cinco minutos a mais na cama. O filme bobo que faz rir. A vida que se desdobra em dias após o outro e no entanto, tão repletos de diferenças. A tristeza que aperta. A saudade do que nunca foi. O medo que aprisiona. A vontade que liberta. A montanha-russa em seu looping. As lágrimas que queimam. As notícias que assustam. O carinho que transforma e transporta tudo que oprime para uma outra dimensão. O sim. O não. O verbo que falta. As pessoas que se misturam. E os passos que continuam. Pé depois do outro na estrada escolhida. Mesmo quando não foi.

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