31 de out. de 2013

A Estátua

Estava quase chegando na praça, quando ouviu os passos. Um roçar leve, imperceptível, mas que ecoaram em seus ouvidos como um rufar de tambor.

A rua estava deserta, quase às escuras. Prendeu a respiração e acelerou o passo. A outra pessoa imitou-lhe.

Um suor frio escorreu-lhe da fronte, as mãos úmidas agarraram-se na alça da bolsa. Queria olhar para trás, enxergar quem a seguia, mas não tinha coragem. E, se fosse algum assaltante? E, se fosse algo pior? A mente já não raciocinava mais, só pensava em chegar em algum lugar seguro. Olhava desesperadamente as casas, mas não havia nada, a não ser uma escuridão feroz. Os olhos cheios de lágrimas, lutando contra o pânico.

Seu coração bateu desgovernado, quando além dos passos, começou também a ouvir o sibilar de uma respiração.

Estava na praça agora. Após ela, sua casa e a segurança. Escura e deserta, a praça parecia morta, cemitério de bancos e brinquedos.

Um som metálico chamou seu nome. Virou-se, sufocando um grito quando finalmente soube quem a seguia. A sua frente, a velha Estátua da praça abriu um sorriso e parou.

Involuntariamente caminhou na direção da Estátua. Estremeceu quando esta lhe tocou a face. Ainda assim, deixou-se tocar.

Sentiu que deveria reagir, fugir. Mas, não conseguia. Estática, mantinha-se ali, deixando-se desbravar por dedos metálicos.

Aproximaram-se e um beijo longo e gelado uniu suas bocas. Era como estar se afogando, sentir-se tragada por um mar de águas salgadas, frias e distantes. Então, um frio intenso pareceu-lhe congelar as entranhas, o som de seu coração passou a soar cada vez mais lento e distante e uma escuridão caia-lhe sobre os olhos.

Quando percebeu, lutava para livrar-se daquele abraço, tentando libertar-se daquele beijo que lhe sugava a alma, o frio cada vez maior, entorpeciam-lhe os membros...

A manhã encontrou-a sozinha na praça, os raios de sol a reluzirem no metal suave de seus cabelos.

27 de out. de 2013

A Vida Sem Manual - O Livro!

A vida não tem manual, a gente aprende no susto, no salto em que se dá em direção ao abismo. 
E taí mais um salto, dessa vez, agarrada nas asas de um sonho. Meu primeiro livro solo! 
Espero que gostem! 
Para comprar ou degustar: 

5 de out. de 2013

Esmalte e Brinquedos

Um brinquedo é um objeto ou uma atividade lúdica, voltada única e especialmente para o lazer , e geralmente associada a crianças 
Na pedagogia, um brinquedo é qualquer objeto que a criança possa usar no ato de brincar. 
Alguns brinquedos permitem às crianças divertirem-se enquanto, ao mesmo tempo, as ensinam sobre um dado assunto.
  Os brinquedos são de vital importância para o desenvolvimento e a educação da criança,
pois proporcionam um desenvolvimento simbólico, estimulam a sua imaginação, a sua capacidade de raciocínio e a sua auto-estima (fonte Wikipedia)
 Nas unhas, esmalte Caribean da Beauty Color
Os brinquedos são legítimos Bichos de Patch - a boneca que está de viagem marcada para um estado próximo e o dinossauro, membro da família Daltro há dois meses.
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Essa postagem faz parte da Blogagem Coletiva de Esmaltes do blog Fernanda Reali. Corre lá que tem muito mais brinquedos, histórias e unhas lindas pra te encantar!

4 de out. de 2013

É Preciso Ter Tempo

É preciso tempo. Tempo para pensar, tempo para fazer, pelo menos a metade do que é preciso. Tempo para ser mãe, esposa, dona de casa, artesã, escritora, boa vizinha, internauta e mais tantas coisas que gostaria de ser. Tempo para viver. Tempo para descansar. Tempo para sonhar, tempo para brigar, tempo para arrumar, caixas, passados, casas, tudo e ao mesmo tempo, nada. 

Tempo para ficar deitado na grama, olhar fixo nas nuvens, vendo desenhos e formas. Tempo para olhar a chuva que escorre no vidro da janela. Tempo para admirar a paisagem enquadrada na janela da condução. Tempo para sentir. Tempo para permitir. Se permitir. Tempo para rolar no tapete e pular numa perna só ao som do ritmo infantil. Tempo para dançar com o filho. 

Tempo para beijar. Beijos ardentes ou selinhos inocentes, mas é preciso ter tempo! Tempo para criar. Escritas, artes, modelos e cores. Tempo para inventar. Jogos, fantasias, histórias, pratos e costuras. Tempo para abraçar. Tempo para tocar. Rosto, cabelos, mãos, corpos. 

Tempo para se desnudar. Preconceitos, roupas, baixa-estima. Alma. Tempo para não precisar de nada. E ansiar por tudo. Tempo para falar. Palavras, silêncios, olhares. Tempo para agradecer. Aos amigos, aos parentes. Aos que chegam, aos que partem. Aos que de te desejam boas manhãs e aos que não te desejam nada. Tempo para sorrisos. Tempo para as lágrimas. 

É preciso ter tempo. E essa, é a arte que estou me esforçando para aprender.