Queria fazer diferente, ela sabia. Queria sentir diferente. Talvez por isso tenha se permitido ir até onde não sabia com ele. Deixou que ele a conduzisse, como numa dança, sem ritmo, uma melodia silenciosa que os unia.
Selava as notas com um beijo e apenas seguia pisando segura nas pegadas dele, pé ante pé. E então, descortinou-se amando. Cada pedaço dele. Queria devorá-lo. Um amor canibalistico talvez. Doíam as ausências, doíam os segundo onde ele não lhe pertencia. Queria o ar que ele respirava. Os passos que ele ousava dar sem tê-la ao lado.
Em dias, virara sombra daquela que um dia fora. E no entanto, seus olhos luziam no espelho. Sentia-se plena. Ancas, seios, toda ela era farta para recebê-lo. Deixava-se preencher daquele que surgira num repente.
Agrilhoava-se à aquele amor de tal maneira, que sequer se permitia em pensar em talvez, ou se. Para ela, tudo ali era certeza. E foi assim que casou. Imersa naquele desvario. Convicta da eternidade daquela sensação.
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