8 de dez. de 2009

Pequenos Defeitos:

IMPACIÊNCIA

A impaciência nela existia como um verme que corroia sua paz. Ela não sabia esperar. Muitas vezes, não sabia o quê esperar. E, no entanto, a agonia, a vontade de ter as respostas, para perguntas que, muitas vezes, nem formuladas foram...

Dentro dela, um vulcão em estado de perpétua erupção. Queimando etapas, destruindo planos, atropelando falas, calando atos... E tudo que ela queria era saber esperar. Calmamente, num banco de praça. As mãos sobre o colo, sem pressa esperaria que ele se declarasse, que a vida melhorasse, que as oportunidades acontecessem...

Mas nada era assim, no segundo seguinte do que poderia ter sido, ela já queria ter ou ser, não importa. Ela queria o amanhã, quando o ontem ainda desfilava em suas retinas. Queria o futuro preso em cadeias de planos intermináveis e nem percebia que era areia da praia e escorria por entre os dedos.

Arrastava-se em meio a tempestade, porque não conseguia aguardar a calmaria. Perdia-se em brumas do impossível, eternamente desejando o impalpável. Sedenta demais, mas incapaz de ver o rio.

Talvez um dia ela aprenda a arte da paciência, mas enquanto isso, ela tambolira nervosamente os dedos na mesa e fuma cigarros intermináveis esperando o que não deveria ser esperado.

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