15 de out. de 2008

Band-Aid
por Patricia Daltro

 Desde criança gostava de flertar com o impossível. Desafiava os limites, pulando dos muros mais altos, das maiores árvores, nadando em águas proibidas.

Braços, pernas, cabeças, era sempre uma confusão de hematomas e fraturas. A mãe se desesperava e murmurava num vã convencimento: - Quando crescer passa..

Mas não passou. Dentro dela o impossível ainda palpita. Mas, os muros são outros, são feitas de barreiras repletas de não.

As águas mais profundas onde mergulha é o lago dos planos desfeitos. E as dores, essas são internas e não se curam com beijos e promessas de que cessam quando crescer.

Para as fraturas da alma, não há gesso que de jeito.

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