Procuro reflexos no espelho, querendo enxergar meus olhos. Onde andam? Preciso de respostas rápidas e curtas. Sim, não. Nunca o talvez. O talvez me assassina a alma. Fico a espreita. Esperando o segundo próximo onde pode virar certeza.
Não suporto sons altos. Agridem algo em mim que não sei explicar. Provocam taquicardias inesperadas. Gelo e suor nas mãos. Sou silêncios. Talvez por isso.
Tenho medo de multidão. Prefiro o aconchego de poucos amigos. Vícios de timidez ou apenas medo mesmo. Babel de vozes que se fundem, olhares dispersos, o meu no fundo do copo. E o cigarro nessas horas faz falta.
Sou pessoa de certeza. Direta, sem frases dúbias ou mais longas que um parágrafo. Sucinta. Avessa a descrições. Sintetizo-me.
Fazem-me mau incertezas ou salas onde as vozes não se escutem. Discursos longos induzem-me ao sonho.
Impaciente, não sei lidar com justificativas. Diga sim ou não. Apenas isso.
Aceito falhas, também sou humana e sei lidar com imperfeições. Desculpas longas me entediam e não me soam sinceras.
Percebo no olhar a mentira. Na fala molenga dos que não tem certeza. Na euforia dos que não estão convencidos.
Sou sentidos. E os ouço todos. Pelo menos a maioria das vezes.
Não sou das que caminham na beira do abismo flertando com a queda. Eu pulo. E antes de chegar ao fundo do poço, eu não começo a subir.
Por isso sou avessa ao talvez e anseio por certezas. A vida se desenhando no real, não em um palco fictício onde seria apenas mais uma personagem.
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