Como é que faz para tirar da gente uma coisa tola, que parece intrinsecamente ligado aquilo que a gente é? Arrancar o que finca raízes e partir? Deixar de acreditar naquilo que sempre sonhou?
Como é que faz para deixar de ser aquilo que só se sabe ser? Vestir-se de normal e caminhar na mesma calçada que todos. Abandonar as nuvens e começar a pensar no feijão com arroz que te dizem é isso que tem que ser.
Eu sempre fui o sonho e quer saber? É uma merda perceber que não dá para ser sonho! Ou melhor, que talvez você não seja boa o suficiente para ser sonho!
Mais uma vez o não. Mais uma vez a frustração de saber-se algo, mas que tudo em volta diz não ser!
E eu não consigo deixar de querer escrever! Eu não consigo parar de acreditar em mim como escritora. Mas, a cada vez que um grupo que se auto-intitula especialistas em literatura diz “você não é o que procuramos“ alguma coisa em mim se parte e silencia.
E eu no fundo insisto, por que talvez, quem sabe, um dia a coisa se silencie totalmente e eu consiga finalmente calar as palavras que insistem em mim.
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