Existem dias que eram melhores não terem existido. Dias que não importa se chove ou faz sol. Dias que a gente só quer o silêncio, mas não o silêncio das coisas, e sim o silêncio da alma.
Nesses dias, tudo que a gente espera é que ele passe bem rápido, para não deixar lembranças, já que seqüelas serão inevitáveis.
Existem dias que tudo que a gente queria era uma voz amiga, mesmo de um desconhecido, dias em que palavras como bom dia, boa tarde, como vai, já serviriam de acalanto. Dias que a calmaria não chega e a tempestade não se finda. Dias que o melhor seria não ter se levantado da cama, melhor ainda, não ter nascido.
Nesses dias, buscam-se certezas, mas as dúvidas se espalharam pelo chão. Dias em que a saída nunca é a mais próxima, ou a mais fácil. Dias de não, quando tudo que queríamos era um simples sim. E um simples passo é o mais pesado fardo que se tem que carregar.
Dias para serem riscados do calendário, apagado da memória... Embora a gente saiba, lá no íntimo, que dias assim, nunca serão esquecidos.
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